Há 20 anos, duas torres ruíram e o impacto gerou ondas de choque geopolíticas, sociais, emocionais. A guerra contra o terrorismo passou a ser a principal preocupação dos EUA. Perdemos direitos em nome de uma segurança que nunca mais voltámos a sentir. Uma série de trabalhos sobre o 11 de Setembro de 2001 e o mundo que se seguiu.
Um grupo de 19 terroristas desvia quatro aviões comerciais com o fim de os usar como arma para atingir as Torres Gémeas do World Trade Center em Nova Iorque, o Pentágono e a Casa Branca, e o Capitólio em Washington – o voo 93 da United Airlines seria o único a não atingir o alvo, despenhando-se num campo na Pensilvânia, depois de os passageiros terem tentado assumir o controlo do aparelho.
O então Presidente norte-americano, George W. Bush, autoriza o uso da força contra os responsáveis pelos ataques, documento que serve de base às operações militares e dos serviços secretos.
O Exército dos Estados Unidos, com o apoio do Reino Unido, inicia a operação Liberdade Duradoura no Afeganistão contra as forças dos taliban e a Al-Qaeda. Canadá, Austrália, Alemanha e França prometem apoio no futuro. A aliança militar acabou por se tornar a maior da história, com país, incluindo todos os membros da NATO.
A ONU cria a Força Internacional de Segurança e Assistência no Afeganistão (ISAF) para garantir a segurança de Cabul, treinar as forças afegãs e ajudar a reconstrução das instituições governamentais do Afeganistão.
A cidade afegã de Kandahar, fortaleza dos taliban, é conquistada e o seu líder, Mullah Omar, foge da cidade, pondo fim ao Emirado Islâmico do Afeganistão que os taliban tinham criado em 1996.
O Presidente George W. Bush anuncia um plano para ajudar a reconstruir o Afeganistão e o Congresso aprova uma verba de 38 mil milhões de dólares.
Pressionado pela Administração Bush, o Congresso dos EUA autoriza a invasão do Iraque devido à alegada posse de armas de destruição maciça.
A Administração Bush anuncia o fim das “operações de grande combate no Iraque”, depois de os EUA terem derrubado Saddam Hussein.
A NATO assume o controlo da Força Internacional de Apoio à Segurança (ISAF) no Afeganistão e envia tropas para uma missão de paz em Cabul. A operação expande-se depois a outras áreas do país.
Várias bombas explodiram quase em simultâneo em quatro comboios em Madrid, matando 193 pessoas e ferindo cerca de duas mil. O ataque foi dirigido por um grupo inspirado na Al-Qaeda.
Hamid Karzai vence as primeiras eleições presidenciais do Afeganistão. No início do ano, é redigida a Constituição, assente num sólido sistema presidencial.
Três bombistas suicidas fazem-se explodir no metro de Londres e um quarto explodiu num autocarro. Morreram 52 pessoas, mais os quatro terroristas, e quase 800 ficaram feridas.
A ISAF assume o comando das forças militares internacionais no Leste do Afeganistão. Conta com cerca de 65 mil militares de 42 países, incluindo os 28 membros da aliança.
O Presidente Barack Obama anuncia nova estratégia direcionada para o Paquistão, para desmantelar a Al-Qaeda.
Pouco depois da tomada de posse de Barack Obama, estão no Afeganistão 36 mil soldados e cerca de 32 mil das forças da NATO.
Obama anuncia um plano para intensificar a presença dos EUA no Afeganistão, estando já 71 mil soldados no país.
Osama bin Laden, líder da Al-Qaeda e orquestrador do 11 de Setembro, é morto pelas forças norte-americanas em Abbottabad, no Paquistão.
O Presidente dos EUA, Barack Obama, anuncia um plano para começar a retirar as tropas norte-americanas, mas espera que permaneçam ainda até 2014. Iniciam-se conversações preliminares com os taliban.
Nove anos depois da chegada dos primeiros soldados, as tropas dos EUA deixam o Iraque sem terem encontrado as armas de destruição maciça.
Duas bombas explodem na maratona de Boston, matando três pessoas e ferindo 264. Atacantes inspiraram-se na Al-Qaeda para planear o atentado.
Um conjunto de atentados terroristas reivindicados pelo Daesh atingem Paris, nomeadamente na sala de espectáculos Bataclan. Morreram 130 pessoas e 413 ficaram feridas.
Numa discoteca gay em Orlando, na Flórida, um terrorista que havia jurado fidelidade ao Daesh mata a tiro 49 pessoas e fere 58.
Um terrorista conduz um camião contra uma multidão em Nice, matando 86 pessoas e causando ferimentos em 458. O Daesh reivindicou o atentado.
Os EUA lançam a mais poderosa bomba não nuclear num complexo suspeito de ser um reduto do Daesh, na província afegã de Nangarhar.
Um atentado suicida em Manchester, depois de um concerto da cantora norte-americana Ariana Grande, mata 22 pessoas e fere 512.
Um membro de uma célula jihadista ligada ao Daesh atinge as pessoas que caminhavam no passeio de Las Ramblas, em Barcelona, matando 15 pessoas e ferindo mais de 100. Um segundo ataque acontece em Cambrils.
Um homem atropela com um camião ciclistas e transeuntes na baixa de Manhattan, matando oito pessoas e ferindo 11. É o primeiro atentado na cidade desde o 11 de Setembro.
Responsáveis dos taliban e dos EUA encontram-se no Qatar e concordam em iniciar conversações para resolver o conflito no Afeganistão.
O Governo de Donald Trump e os taliban chegam a um acordo sobre a retirada das tropas dos EUA a partir de 1 de Maio de 2021.
Representantes dos taliban e do Governo afegão e da sociedade civil reúnem-se em Doha, no Qatar, pela primeira vez, depois de quase 20 anos de guerra.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, anuncia a retirada das tropas dos EUA. O prazo é depois estabelecido para 31 de Agosto.
Quando as tropas estrangeiras começam a retirar-se, os taliban iniciam uma ofensiva que vai ganhando terreno nas zonas rurais.
Depois de tomarem várias capitais de província, os taliban conquistam Cabul. Presidente afegão foge do país e começam as operações de retirada de milhares de cidadãos estrangeiros e colaboradores dos aliados.
Atentado junto ao aeroporto de Cabul, reivindicado pelo Daesh-Khorosan, braço armado do Daesh no Afeganistão e Paquistão, mata mais de 100 pessoas, incluindo 13 militares norte-americanos.
O último soldado norte-americano deixa o país às 00h01 do dia estabelecido como prazo para a retirada das tropas estrangeiras. A guerra mais longa dos EUA chegava ao fim.
Os ataques às Torres Gémeas podem ser o mote para conversar com as crianças sobre medo, importência e, sobretudo, altruísmo, sugerem os especialistas.
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