Líder da Al-Qaeda pede uma guerra em que “o mundo inteiro será o campo de batalha”

Vídeo do egípcio Ayman al-Zawahiri foi divulgado no 20.º aniversários dos atentados de 11 de Setembro de 2001.

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No vídeo, Al-Zawahiri fala durante mais de uma hora TWITTER@SITE INTELLIGENCE GROUP

A organização terrorista Al-Qaeda divulgou no sábado, dia do 20.º aniversário dos atentados de 11 de Setembro de 2001, um vídeo do seu líder, o egípcio Ayman al-Zawahiri, em que se refere à retirada norte-americana do Afeganistão e pede uma guerra na qual “o mundo inteiro será o campo de batalha”.

No vídeo, intitulado “Jerusalém nunca será judaizada” e divulgado através do canal da organização, Sahab Media,  Al-Zawahiri, de túnica e com uma longa barba branca, fala durante mais de uma hora sobre vários assuntos. “A época actual exige que esgotemos o inimigo até as lágrimas”, diz o sucessor de Osama bin Laden na liderança da Al-Qaeda.

“Hoje os Estados Unidos estão a sair do Afeganistão, destruídos e derrotados após vinte anos de guerra”, diz Al-Zawahiri no vídeo, olhando directamente para a câmara, antes de apelar à guerra em que “o mundo inteiro será o campo de batalha”, já que “esgotar um inimigo equipado com as armas mais recentes não requer grandes recursos”.

A causa palestiniana é também abordada pelo médico egípcio, que critica os acordos feitos no ano passado entre Israel e vários países árabes, cujos líderes classifica como traidores.

A divulgação da mensagem aparece numa altura em que persistem as dúvidas sobre a saúde de Al-Zawahiri ou se estará mesmo vivo. O vídeo não fornece detalhes quanto à data de gravação, e mesmo a referência à retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão pode não ser actual. Segundo o SITE Intelligence Group, que monitoriza a actividade online de organizações jihadistas, as palavras do líder da Al-Qaeda não indicam necessariamente que se trate de uma gravação recente, já que o acordo de retirada com os taliban foi assinado em Fevereiro de 2020. Refere, no entanto, um ataque levado a cabo a 1 de Janeiro deste ano que teve como alvo  tropas russas na cidade de Raqqa, no Norte da Síria.

“Ele pode já estar morto mas, se for esse o caso, terá acontecido depois de Janeiro de 2021”, escreveu no Twitter Rita Katz, directora do SITE.

Após a morte do fundador da Al-Qaeda, o saudita Osama bin Laden, em 2011, numa operação das forças especiais dos EUA na cidade de Abbotabad, no Paquistão, onde vivia há anos, Al- Zawahiri assumiu o comando da organização, reduzida a uma rede com várias filiais mas sem uma liderança central e debilitada pelas perdas sucessivas dos seus comandantes e pela suposta saúde precária do egípcio.

 
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