Cimeira das Lajes: Portugal no meio da tormenta

Portugal acabou por não pagar um preço europeu pelo seu alinhamento com Bush. Por duas razões. Não estava nem nunca esteve sozinho. A Comunidade Europeia e a NATO tiveram a capacidade de sarar rapidamente as feridas profundas abertas pela crise iraquiana.

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Barroso, Blair, Bush e Aznar na Cimeira das Lajes Daniel Rocha
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1. À luz do que sabemos hoje, a cimeira das Lajes foi mais uma formalidade – uma última encenação - para mostrar que a América ainda queria dar a Saddam, e ao Conselho de Segurança da ONU, uma derradeira oportunidade para impedir a guerra. Mas a guerra era já uma decisão política de Washington, que ia muito além da questão das armas de destruição maciça. Por isso, foi possível desencadeá-la quatro dias depois do encontro que reuniu na base americana das Lajes, na ilha Terceira, Açores, o Presidente americano, George W. Bush, e os primeiros-ministros britânico e espanhol, Tony Blair e José María Aznar. Tiveram como anfitrião o primeiro-ministro português, Durão Barroso. Dois gigantescos hangares da base serviram de “sala de redacção” para os cerca de 500 jornalistas que acompanharam a cimeira. Viram o Air Force One fazer-se à pista e aterrar suavemente quase ao alcance de uma mão estendida. No final, Bush resumiu a situação com palavras que não podiam ser mais claras. “O ditador do Iraque e as suas armas de destruição maciça são uma ameaça à segurança das nações livres. É um perigo para os seus vizinhos. Patrocina o terrorismo. É um obstáculo ao progresso no Médio Oriente. Durante décadas, oprimiu cruelmente o povo iraquiano.”

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