Este sábado são os Alt-J, segue-se um ano inteiro de concertos

Os britânicos Alt-J iniciam na Altice Arena uma temporada repleta de concertos mediáticos. Bob Dylan, Arcade Fire, LCD Soundsystem, Roger Waters, Benjamin Clementine, Pearl Jam e Björk, em sala ou em festivais, passam por cá nos próximos meses.

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Os Alt-J há um ano no festival Nos Alive miguel manso

No Verão do ano passado, numa entrevista em Londres, os Alt-J diziam ao PÚBLICO não perceber porque é que sempre que actuavam em Portugal o faziam em contexto de festival. Ao longo dos últimos anos, tocaram cinco vezes em acontecimentos ao ar livre – a última foi em Julho passado no Nos Alive –, mas este sábado, pela primeira vez, vamos vê-los em sala. “Claro que gostamos de tocar em festivais, mas ver a sério uma banda é numa sala”, diziam-nos então, acabado de lançar o terceiro álbum, Relaxer, que vêm agora apresentar na Altice Arena, em Lisboa.

Será por isso um concerto dos Alt-J diferente daqueles que até agora Portugal viu. Relaxer é mais um caleidoscópio de cruzamento de tipologias (folk, rock, electrónicas e psicadelismos), algures entre territórios cinemáticos, envolvimentos sinfónicos e uma folk pastoral. Em palco, a banda britânica recria os temas mais recentes, mas também os mais conhecidos dos dois anteriores registos, num espectáculo envolvente em que o luz e vídeo entram em simbiose com o som.

O espectáculo dos Alt-J marca também o arranque oficial da temporada anual de concertos. Há muitos outros já agendados para os próximos meses, em salas ou em festivais – alguns dos quais já esgotados. É o caso dos Metallica, que tocam a 1 de Fevereiro na Altice Arena, e dos canadianos Arcade Fire, que a 23 de Abril actuarão no Campo Pequeno. Antes, a 22 de Março, de novo na Altice Arena, estará Bob Dylan, não custando acreditar que este concerto também poderá esgotar: afinal, quem é que não quer ver, fenómeno inédito na História, um Nobel da Literatura a cantar em palco?

Para duas datas (19 e 20 de Junho, no Coliseu de Lisboa) estão convocados os americanos LCD Soundsystem, que tratarão de mostrar porque é que muita gente (críticos do Ípsilon incluídos) considerou o seu improvável álbum de regresso (American Dream) não só o melhor do grupo de James Murphy como um dos mais relevantes de 2017. Quem também tem duas datas agendadas – 20 e 21 de Maio na Altice Arena – é Roger Waters. Os seus fãs, e dos Pink Floyd, já esgotaram a primeira data, mas ainda existem bilhetes para a segunda. Na mesma Altice Arena, a 28 de Junho, e depois do cancelamento de Novembro, estará a cantora colombiana Shakira. Antes, a italo-francesa Carla Bruni estrear-se-á em Portugal a 25 de Janeiro no Coliseu de Lisboa e a 27 no Coliseu do Porto, enquanto Marilyn Manson tocará a 27 de Junho no Campo Pequeno e Lenny Kravitz e Ozzy Osbourne, a 1 e 2 de Julho, respectivamente, na Altice Arena. De regresso estarão os Jesus & The Mary Chain para concertos no Coliseu de Lisboa, a 28 de Maio, e no dia seguinte, na Casa da Música, no Porto. Vindos também dos anos 80, mas desta vez da pop electrónica, os OMD estarão na Aula Magna a 16 de Fevereiro.

Para salas de lotação intermédia haverá de contar com a americana Angel Olsen, um caso sério de popularidade em Portugal, não surpreendendo que os bilhetes para os concertos de 14 e 15 de Maio no Teatro da Trindade, em Lisboa, já tenham voado, embora exista em alternativa um concerto no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, dia 13. Outro caso de popularidade é o inglês Benjamin Clementine, que virá apresentar o segundo álbum numa minidigressão com passagens por Viana do Castelo, Figueira da Foz e Lisboa, entre 26 e 29 de Março. Em Fevereiro, o inglês Tricky estará no Lisboa ao Vivo, a 27, e no Hard Club, do Porto, a 28.  

As salas mais pequenas também estarão fervilhantes de actividade, como é habitual. No Lux, em Lisboa, oportunidade para ouvir o encontro entre música clássica e electrónica proposto por Francesco Tristano (11 de Janeiro), enquanto na Galeria ZDB, também em Lisboa, apresenta-se um dia antes o britânico Gaika. No espaço GNRation, de Braga, haverá a 9 de Fevereiro uma sessão de rock & roll pelos Moon Duo (que passarão também pelo Salão Brazil, de Coimbra, a 10, e pelo MusicBox, em Lisboa, a 12), enquanto a 24 do mesmo mês se mostrarão os americanos Six Organs of Admittance do guitarrista Ben Chasny, que também tocarão no Teatro Maria Matos, em Lisboa, a 27 de Fevereiro, e no Salão Brazil a 22.

Por este espaço de Coimbra passarão ainda outros destaques da temporada de concertos, como a data única do guitarrista Fred Frith (17 de Fevereiro) ou os brasileiros Boogarins (28 de Março). Na agenda já conhecida para os próximos meses do MusicBox, sobressai a estreia dos americanos Protomartyr, a 12 de Abril, uma das reencarnações pós-punk mais excitantes dos últimos anos.

A época dos muitos festivais arrancará a 9 e 10 de Março com o Lisbon Dance Festival (Nao, Nosaj Thing, Joe Goddard) no Hub Criativo do Beato. O Rock In Rio Lisboa estará de regresso entre 23 e 30 de Junho (Muse, Bruno Mars, Killers), enquanto o Nos Alive se desenrolará entre 12 e 14 de Julho (The National, Queens Of The Stone Age, Pearl Jam) e o Super Bock Super Rock (The xx, Justice, Sevdaliza) regressará ao Parque das Nações uma semana depois. Em Vila Nova de Gaia, decorrerá de 20 a 22 de Julho o Meo Marés Vivas (Jamiroquai, Goo Goo Dolls, Kodaline), enquanto o EDP Cool Jazz (David Byrne, Gregory Porter, Van Morrison) chega a Oeiras na segunda metade de Julho. Em Agosto, de 7 a 11, haverá de contar com o Meo Sudoeste (Hardwell, Marshmello). De 15 a 18, será a vez do Vodafone Paredes de Coura, com Björk ou Skepta; mais acima, no EDP Vilar de Mouros, de 23 a 25, já estão confirmados dois nomes com história: Human League e Los Lobos.

Outros importantes festivais como o Nos Primavera Sound do Porto, de 7 a 9 de Junho, ainda não revelaram qualquer nome. Se acrescentarmos a este cenário os muitos portugueses que terão espectáculos importantes nos próximos meses (Gift, Sérgio Godinho, Rodrigo Leão, Aldina Duarte, Mariza, Canções de Leonard Cohen) é caso para dizer que os dados estão lançados. Que a música se faça ouvir.

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