Parlamento pede suspensão da linha circular no Metro de Lisboa

PSD entende que o projecto serve apenas como “carrossel” para turistas. PS absteve-se e as restantes bancadas votaram a favor do projecto de resolução.

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Daniel Rocha

O Parlamento aprovou uma recomendação do PSD que defende a suspensão da linha circular, prevista no projecto de expansão do Metro de Lisboa. A votação na generalidade decorreu nesta sexta-feira, e contou com a abstenção do PS.

Os sociais-democratas defendem a suspensão da construção da linha circular e a realização de estudos técnicos de viabilidade económica para a expansão da Linha Amarela até Alcântara e da Linha Vermelha até à zona ocidental de Lisboa, bem como a extensão do metro para o concelho de Loures. O documento mereceu os votos favoráveis de toda as restantes bancadas e do deputado não inscrito Paulo Trigo Pereira (ex-PS), baixando agora à Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas.

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“O Governo, ao optar pela linha circular, adia, sine die, soluções que verdadeiramente podem servir a mobilidade na região, nomeadamente a expansão à zona ocidental da cidade de Lisboa, bem como a expansão do metropolitano para uma zona negra do ponto de vista do transporte ferroviário pesado que é Loures”, refere o PSD.

Também durante a votação na generalidade, as recomendações do PEV, do PCP e do BE para a expansão do Metro até Loures foram aprovadas e vão baixar à comissão de Economia, enquanto a do PAN foi rejeitada. Os projectos de resolução não têm força de lei.

Os partidos de esquerda no parlamento recomendam a expansão da rede do Metro de Lisboa até Loures, embora com críticas à opção pela construção da linha circular. Somente o PSD defende a suspensão do projecto de expansão com uma linha circular, considerando-a um "carrossel” para turistas.

A apresentação destes projectos de resolução surgiu na sequência de uma petição que pede a expansão da rede ao concelho de Loures, cujo primeiro signatário é o presidente daquele município, Bernardino Soares (CDU).

O projecto de resolução do PCP exorta o Governo a reconsiderar a opção da linha circular e defende a expansão para Alcântara e para Loures: “A construção da linha circular trará poucas vantagens à cidade de Lisboa e implicará um conjunto de prejuízos aos actuais utentes e sobretudo um desenvolvimento errado da rede de metropolitano.”

Já o BE considera que a exclusão de Loures da rede “não tem em conta a deslocação crescente de muitas famílias para os concelhos vizinhos da capital, fruto do aumento exponencial das rendas de habitações em Lisboa”.

O projecto de resolução do PEV defende, além da expansão até Loures, a “necessidade de investimento nos transportes públicos colectivos, nomeadamente o metropolitano”.

Também o PAN defende que “é prioritária a expansão da rede do metropolitano para outros concelhos e zonas da cidade, como Loures, Sintra e a zona ocidental da cidade de Lisboa, nomeadamente Alcântara, Ajuda e Belém”.

O Governo anunciou em Maio de 2017 que o Metropolitano de Lisboa irá ter mais duas estações – Estrela e Santos –, num investimento de 210 milhões de euros até 2023. Estão ainda previstas novas estações nas Amoreiras e em Campo de Ourique, embora nestes dois casos sem uma data prevista de conclusão.

Em Lisboa está prevista uma ligação da estação do Rato (actual Linha Amarela) ao Cais do Sodré (Linha Verde), com as duas novas estações na Estrela e em Santos.

Contudo, o actual traçado da Linha Amarela, que liga as estações de Odivelas ao Rato, irá sofrer alterações de percurso e passará a integrar também a estação de Telheiras (Linha Verde).

Assim, a Linha Amarela passará a ligar Odivelas a Telheiras (com desvio no Campo Grande) e as restantes actuais estações que fazem parte desta linha (Cidade Universitária-Rato) passarão a fazer parte da Verde, que irá assumir um trajecto circular.

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