Portugal assina acordo de mobilidade estudantil com Universidade de Stanford

Ministra da Ciência e presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia estiveram nos EUA a participar em conferências sobre inovação e tecnologia e em reuniões com cientistas portugueses.

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Elvira Fortunato é ministra da Ciência desde final de Março de 2022 Nuno Ferreira Santos

A Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) assinou um memorando de entendimento com a Universidade de Stanford (nos Estados Unidos) para fomentar o intercâmbio académico Portugal-Califórnia.

O anúncio foi feito por Elvira Fortunato, ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, em declarações à agência Lusa: “Neste memorando ficou estabelecido o que vamos fazer para já na parte de mobilidade, com o envio de alunos de doutoramento de Stanford para universidades portuguesas e de cá para lá”, explica, sobre um dos marcos da visita de três dias à baía de São Francisco, na Califórnia (Estados Unidos).

O acordo inclui investigadores e corpo académico e é o primeiro memorando a ser assinado, a nível mundial, com a nova Escola de Sustentabilidade da Universidade de Stanford. “Vamos criar um pequeno grupo de trabalho, definir um calendário específico para este memorando e começar a trabalhar”, refere. “Penso que, como se trata de mobilidade de investigadores e alunos de doutoramento, ainda este ano eventualmente podemos já ver isto em andamento”, perspectiva.

Além desta parceria, a ministra afirma que está para breve a assinatura de um acordo com a Universidade da Califórnia com um objectivo semelhante. “Vamos assinar muito rapidamente um memorando de entendimento para capacitarmos alunos portugueses a virem para esta universidade para realizarem o doutoramento”, nota.

Elvira Fortunato aponta ainda a existência do fundo Pinto-Fialon, que apoia estudantes portugueses ou de ascendência portuguesa no ensino superior e que “não estava a ser muito utilizado”. O fundo Pinto-Fialon foi criado quando o emigrante português Arthur Ferreira Pinto e a mulher Annette Fialon deixaram 7,5 milhões de dólares de herança à universidade para apoiar estudantes com um mínimo de 25% de origem portuguesa.

A visita, que contou com a companhia da presidente da FCT, Madalena Alves, incluiu a presença no seminário Portugal Tech Talks, com empreendedores portugueses e a visita a várias empresas na Califórnia.

“Grande credibilidade” na investigação

“Estar nas escolas e os professores referirem a excelente qualidade dos nossos alunos, que até em alguns casos é superior à dos alunos que estão aqui nos Estados Unidos, só nos pode deixar com orgulho e mostrar que as nossas instituições de ensino superior estão a fazer o seu trabalho como deve ser”, frisa Elvira Fortunato.

Ainda em declarações à Lusa, a ministra da Ciência afirmou que “Portugal, neste momento, tem uma grande credibilidade” nesta área. “Quer na área da investigação quer na área do ensino superior, o que no fundo é fruto dos alunos que cá chegam e da preparação que trazem”, diz.

“Os nossos alunos têm uma preparação muito boa nas universidades portuguesas e dão cartas em qualquer lugar. Isso deixa-nos muito satisfeitos”, acrescentou ainda.

Os três dias de visita nos Estados Unidos incluíram a deslocação à Amyris, empresa de biotecnologia liderada pelo luso-americano John Melo, e que tem um laboratório sediado na Universidade Católica no Porto.

A intenção da empresa é expandir a investigação em Portugal, algo em que a ministra portuguesa quer ajudar: “Ficámos de identificar, dentro das áreas científicas que mais interessam à Amyris, um conjunto de laboratórios e centros de investigação que temos em Portugal na área da fermentação, para ver até que ponto é possível montarem outro laboratório”, apontou.

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