Ministra da Ciência reforça que investigadores devem recorrer mais a fundos europeus

Elvira Fortunato reafirma a necessidade de haver mais candidatos a verbas europeias para financiar projectos portugueses. Na Covilhã, a ministra destacou ainda a aposta nos doutoramentos em empresas.

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Elvira Fortunato tem defendido, desde Abril de 2022, a importância de os cientistas portugueses concorrem mais a fundos europeus RODRIGO ANTUNES/LUSA

A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, desafiou esta quarta-feira os investigadores portugueses a recorrerem “cada vez mais” às linhas de financiamento europeu, de modo a reforçar os próprios orçamentos nacionais – um pedido recorrente desde que tomou posse em Abril do ano passado.

“Além do investimento nacional, temos à nossa disposição financiamento europeu do actual programa Horizonte Europa. E que nós, investigadores, e vocês, docentes e investigadores, devemos utilizar cada vez mais”, afirmou Elvira Fortunato na Covilhã, onde inaugurou a sala do Centro de Competências em Computação Avançada da Universidade da Beira Interior (UBI).

A iniciativa fez parte da acção “Governo mais próximo”, que está a ser levada a cabo esta quarta e quinta-feira, no distrito de Castelo Branco, e que inclui a realização do Conselho de Ministros, além de muitas reuniões e visitas realizadas pelo primeiro-ministro, ministros e secretários de Estado.

A ministra da Ciência destacou a importância do financiamento, quer ao nível do ensino superior quer para o desenvolvimento da investigação e vincou que o Orçamento do Estado deste ano já integra um aumento da verba para investigação. Ainda assim, na principal instituição que financia a investigação em Portugal, a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), o aumento do orçamento disponível fixou-se nos 22 milhões de euros (3,5% face ao orçamento aprovado para 2022).

Elvira Fortunato lembra que é também importante que as instituições e investigadores recorram às linhas de financiamento para poderem candidatar e desenvolver projectos.

Lembrando que o programa Horizonte Europa para o biénio de 2023 e 2024 tem cerca de 13.500 milhões de euros para financiamento, Elvira Fortunato aponta ainda as possibilidades que os programas “Digital Europe Programme” ​e “Digital Skills”​ podem abrir para os centros de investigação e para as próprias universidades.

Estudo sobre conclusão do ensino superior

A ministra afirma também que a tutela está a trabalhar no aumento de quadros qualificados, de doutorados e de investigadores no sector empresarial, no sector público e no sector social, através do reforço de bolsas de doutoramento e de contratos de investigadores em contexto não académico, como empresas, administração pública e entidades de foro social, entre outras. No final de Outubro, Elvira Fortunato estipulou que em 2027 quer que metades das bolsas de doutoramento atribuídas a estudantes estejam inseridas neste contexto não académico.

Elvira Fortunato realçou a realização do “​Graduate Tracking Portugal 2022”, o primeiro grande estudo nacional sobre diplomados do ensino superior, que pretende conhecer melhor a situação profissional dos diplomados e recolher indicações para reformular a oferta de formação inicial e ao longo da vida, e que já tinha sido anunciado também em Outubro.

Nesta inauguração, a ministra reafirmou a importância da cooperação e das parcerias que a UBI tem desenvolvido, frisando que é uma “​instituição de referência em áreas como a inteligência artificial, a cibersegurança, a saúde, as energias renováveis, a geociência, entre tantas outras fundamentais para a Europa”. Nesta sessão, o reitor da UBI, Mário Raposo, apontou o compromisso de fazer mais e melhor.

O Centro de Competências em Computação Avançada é um ponto de partilha de conhecimento e de acesso a recursos de computação e de visualização de dados, para dotar a UBI de uma sala de partilha de resultados científicos num ecrã de grandes dimensões, fornecer meios materiais mais directos de apoio ao acesso à rede nacional de computação avançada e cativar recursos humanos de apoio à actividade, bem como ser um espaço​ de disseminação de chamadas de projectos e oportunidades de financiamento. Este centro resulta de um protocolo com a FCT e representa um financiamento inicial de cem mil euros.

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