Keishia dedicou a carreira a ensinar crianças imigrantes. Venceu o “Nobel” dos professores

Keishia Thorpe foi a vencedora do Global Teacher Prize de 2021 pelo trabalho com crianças desfavorecidas.

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Keisha Thorpe venceu o Global Teacher Prize Global Teacher Prize

O Global Teacher Prize, uma distinção anual no valor de um milhão de dólares (cerca de 871 mil euros), foi atribuído a Keishia Thorpe, professora que dedicou a carreira ao ensino de crianças imigrantes nos Estados Unidos.

Após saber que tinha sido a vencedora, Keisha Thorpe – que acompanhava a cerimónia à distância, acompanhada pela família – primeiro deu uma gargalhada, depois chorou. A cabeça da professora foi momentaneamente enterrada pelas mãos: “Apenas agradeço a Deus por este momento.”

Thorpe ensina Inglês a alunos do 12.º ano na escola de Langley Park em Bladensburg, no estado do Maryland. Mais de 85% dos alunos são hispânicos e 95% estão inseridos em contextos de rendimentos baixos, de acordo com as menções no prémio.

Este prémio serve para encorajar quaisquer rapazinhos ou meninas negras que se parecem comigo, e qualquer criança no mundo que se sente marginalizada e tem uma história como a minha, que nunca sentiram que tinham importância”, afirmou Thorpe em resposta às perguntas da apresentadora da cerimónia, a actriz francesa Isabelle Huppert. “Temos de garantir que todos os estudantes têm a oportunidade de serem bem-sucedidos, sem leis ou política que lhes retirem essa possibilidade”.

Thorpe cresceu num contexto de pobreza na Jamaica, antes de emigrar para os Estados Unidos com uma bolsa de atletismo. Enquanto estudante, voluntariou-se como tutora numa escola urbana. Quis ser professora depois de constatar as faltas de oportunidades dadas aos estudantes. Thorpe tem defendido acesso igualitário à educação para estudantes de minorias. Também fundou uma organização sem fins lucrativos que oferece serviços de apoio a estudantes imigrantes e às respectivas famílias.

O Global Teacher Prize é descrito como o “Prémio Nobel para docentes”. Foi fundado pela Fundação Varkey, um fundo filantrópico, sendo organizado em parceira com a UNESCO. No ano passado, o prémio foi para Ranjitsinh Disale, pelo seu trabalho com meninas, muitas pertencentes a comunidades tribais pobres, numa escola de uma aldeia na Índia Ocidental.

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