Os chefs vão às aldeias: Festival Arrebita aposta na gastronomia local e chega a Idanha

Na ementa, há estrelas Michelin como Rui Paula, Avillez ou Óscar Geadas. São 25 chefs de todo o país a caminho de Penha Garcia e da aldeia histórica de Idanha-a-Velha: um festival gastronómico ao ar livre para “arrebitar” a 3 e 4 de Outubro.

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O percurso até ao local onde estarão os chefs em Penha Garcia Paulo Barata
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José Avillez vai cozinhar a tradicional perdiz de escabeche
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Rui Paula Nelson Garrido
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Os irmãos Geadas Nelson Garrido

Depois de terem “arrebitado” Portimão, em Agosto, vários chefs portugueses responderam ao novo desafio da Amuse Bouche e aceitaram “arrebitar” o concelho de Idanha-a-Nova no fim-de-semana de 3 e 4 de Outubro. Dois nomes já anunciados são o de José Avillez, do restaurante Belcanto, no Chiado, em Lisboa, com duas estrelas Michelin, e o de Alexandre Silva, do Loco (uma estrela) e do Fogo. 

A Avillez e Alexandre juntar-se-ão mais 23 cozinheiros que irão trabalhar, em Penha Garcia (dia 3) e Idanha-a-Velha (dia 4), utilizando os melhores produtos biológicos produzidos na região, que tem apostado muito neste modelo de produção. A entrada é gratuita para os dois dias do evento – um em cada uma das aldeias.

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Paulo Barata

Alguns dos chefs participam pela primeira vez num evento da Amuse Bouche (que organiza também o Sangue na Guelra). Do Porto virão Rui Paula (duas estrelas Michelin, com a Casa de Chá da Boa Nova), mas também Rui Martins do Paparico e João Cura, do Almeja. De Lisboa, Marlene Vieira, que inaugurou este Verão o seu Zunzum junto à estação de Santa Apolónia, João Sá, do Sála, e André Fernandes do Attla. De outras zonas do país, chegam José Júlio Vintém (TombaLobos, Portalegre) ou Óscar Geadas (do G, em Bragança, que conquistou uma estrela Michelin). E ainda o carismático padeiro Mário Rolando, que vai fazer pão no forno comunitário de Idanha-a-Velha.

Será numa “paisagem incrível” que os visitantes encontrarão os chefs a cozinhar, diz  o director do festival, Paulo Barata, da Amuse Bouche​. Em Penha Garcia, estarão junto aos restaurados moinhos de água, localizados nas margens do rio Pônsul, onde no passado se produzia a farinha de trigo e de centeio e que hoje integram a Rota dos Fósseis, um dos vários percursos pedestres do Geopark Naturtejo. E em Idanha-a-Velha, uma das doze Aldeias Históricas de Portugal, espalhar-se-ão pelo cenário de ruas estreitas e ruínas romanas.

Cada Arrebita – a ideia é vir a realizar mais noutros pontos do país – é diferente, sublinha o responsável pelo festival. Se em Portimão houve uma “invasão” das lojas, a partir das quais foi servida a comida, em Idanha o desafio é outro: desta vez, a estrela será a natureza, o que permitirá às pessoas espalharem-se por uma grande área, mantendo com facilidade todo o distanciamento social recomendado, e provar a cozinha dos chefs junto a uma cascata ou sentados numa rocha. Todos os participantes, dos cozinheiros à equipa de apoio, foram previamente sujeitos a um teste à covid-19.

Não existe, refere ainda Paulo Barata, risco de aglomeração com a população local porque o parque de Penha Garcia não tem habitantes e em Idanha-a-Velha há 40 residentes. Contudo, o organizador faz questão de envolver sempre nestes eventos os locais, pelo que enquanto num ponto do percurso poderemos encontrar José Avillez a cozinhar a tradicional perdiz de escabeche, noutro será possível ter o sr. Domingos, que ajudou a restaurar os moinhos de água, a preparar uma sopa de grão. Da mesma forma, a “a dona Beatriz vai acender o forno comunitário e o sr. Vítor vai arranjar a esteva e a lenha” para garantir um bom fogo, essencial para que a comida saia sempre a bom ritmo. 

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