Turismo apoia primeira Gala Michelin em Portugal com cerca de 400 mil euros

Em Fevereiro, o Algarve recebe o evento que marca a separação entre as galas portuguesa e espanhola. Esperam-se muitas estrelas em palco, num espectáculo apresentado por Catarina Furtado.

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Já há uma estrela confirmada no palco Michelin do Algarve: Catarina Furtado Nuno Ferreira Santos
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No dia 27 de Fevereiro, o NAU Salgados Palace & Congress Center, em Albufeira, vai receber a primeira Gala Michelin em Portugal - depois de ter sido anunciada a decisão de atribuir ao país um guia separado de Espanha -, que contará, confirmou esta quarta-feira a organização, com Catarina Furtado como apresentadora. Outra das novidades passará por subirem ao palco não apenas os restaurantes que conquistarem estrelas, mas também os distinguidos com o Bib Gourmand ou com a Recomendação do guia. Desta forma se garante que, mesmo Catarina Furtado não possa anunciar uma “chuva de estrelas”, o espectáculo terá uma dignidade comparável ao que se realizou em Espanha no passado mês de Novembro.

Para além de vários privados, o grande parceiro da Michelin neste processo é o Turismo de Portugal, que não divulga a quantia exacta investida no evento, admitindo no entanto que corresponde a cerca de metade do valor de “quase 800 mil euros” disponível em 2023 para a promoção da gastronomia portuguesa no mundo, confirmou Lídia Monteiro, vogal do conselho directivo daquela entidade. O Reino Unido, Espanha, Estados Unidos e Brasil são os principais mercados alvo, num investimento que se considera representar uma nova, e clara, aposta do Turismo na área da gastronomia.

A ideia é que a gala, que terá 500 convidados no local e será transmitida em streaming, tenha uma duração de cerca de hora e meia, após o que haverá um momento de convívio e degustação de pratos preparados por uma equipa de chefs portugueses, cujos nomes serão anunciados a 16 de Janeiro. Por enquanto, sabe-se apenas que os dois chefs que irão coordenar esta parte do evento trabalham no Algarve: Dieter Koschina, do Vila Joya (duas estrelas Michelin) e Rui Silvestre, do Vistas (uma estrela).

A equipa responsável pela organização do evento em Portugal reuniu-se esta quarta-feira com a imprensa portuguesa, no hotel Myriad, no Parque das Nações, para revelar mais alguns pormenores do que irá acontecer a 27 de Fevereiro e até lá. No dia 6 de Fevereiro haverá um debate, também no Algarve, a região que acolhe esta primeira edição, sobre um tema ligado à gastronomia e que será igualmente anunciado a 16 de Janeiro, tal como os nomes dos participantes. Será lançado nessa altura um plano de comunicação com foco no evento e no Algarve, que inclui “activações baseadas em experiências no terreno” com chefs locais e produtos regionais.

Após este teaser, as atenções vão centrar-se na preparação da gala, cuja imagem foi parcialmente apresentada esta quarta-feira – o palco estará iluminado com luzes vermelhas, que se tornarão verdes quando forem anunciadas as Estrelas Verdes, atribuídas aos restaurantes que se destacam pelo seu trabalho em torno da sustentabilidade.

Portugal tem neste momento 164 restaurantes com presença no guia Michelin. Destes, há sete com duas estrelas, 30 com uma estrela, três com Estrela Verde, 37 Bib Gourmands (uma categoria atribuída a restaurantes com um preço mais acessível e uma boa qualidade) e 90 que entram na categoria Recomendados.

No caso dos Bib Gourmand, que se situam numa média de 45€ por refeição, se os preços sobem ou os restaurantes optam por ter menus de degustação com um valor mais elevado, deixarão de poder integrar esta categoria, passando, eventualmente, para a de Recomendados.

Não foi ainda tomada uma decisão final sobre se o Guia Michelin Portugal terá uma edição em papel ou existirá apenas em formato digital. O que os responsáveis da Michelin garantem é que, de uma maneira ou outra, haverá sempre actualizações anuais da informação disponibilizada sobre os restaurantes.

A Michelin também não divulga o número de inspectores que trabalham para os vários guias que tem pelo mundo, embora revele que são de 15 nacionalidades diferentes, que têm uma formação em cozinha internacional, e que não têm áreas específicas – ou seja, qualquer restaurante português pode ser avaliado por um inspector alemão, português, espanhol ou de outra nacionalidade. São pessoas que comem em média 300 vezes fora de casa num ano e que tomam a decisão de distinguir um restaurante de forma colegial.

Nas últimas semanas soube-se que um dos restaurantes portugueses com estrela Michelin, o Eneko Lisboa, vai fechar portas no último dia do ano, o que fará descer o número de restaurantes com uma estrela de 30 para 29.

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