As eleições não são para amanhã

Temos um orçamento que não é anticíclico (a inflação não o recomendava), nem pró-cíclico, mas uma mezinha confecionada à luz da prudência para ser deglutida no futuro.

Na aparência, o Orçamento que esta segunda-feira chegou às mãos do presidente da Assembleia da República parece ecuménico. As famílias de menores rendimentos podem subscrevê-lo pelos cortes no segundo escalão do IRS, pela subida do indexante para apoios sociais ou pelo aumento real do salário mínimo. Os empresários podem enlevar-se com as mexidas no IRC ou nos apoios para travar os custos da energia. Os ortodoxos das contas certas poderão deliciar-se com as metas para o défice ou para a dívida. Os desenvolvimentistas aprovarão a expectável subida do investimento. A classe média e os pensionistas ficam fora do festim, mas como retrato global o Orçamento parece uma aberta no céu negro da crise.

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