O Festival Política está de volta e quer combater a desinformação

Desta quinta-feira a domingo, a sexta edição do festival toma conta do Cinema São Jorge, em Lisboa.

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Quo Vadis, Aida?, da bósnia Jasmila Zbanic, acerca do massacre de Srebrenica, é exibido esta quinta-feira no dia de arranque do Festival Política DR

Mais de 20 filmes, debates, workshops, concertos, o humor de Hugo van der Ding​, ​uma exposição de fotografia de Pauliana Valente Pimentel e outra dedicada ao livro Reconstituição Portuguesa, bem como encontros com deputados portugueses de vários partidos vão preencher os dias do Festival Política entre esta quinta-feira e domingo. A desinformação é o foco da sexta edição deste festival que no próximo mês rumará também a Braga (de 5 a 7 de Maio). Os eventos são de entrada gratuita, mediante pré-inscrição ou levantamento de bilhete no próprio dia, dependendo das actividades.

Esta quinta-feira, o programa arranca às 17h30, com o debate A Desinformação entre Duas Comunidades: Pessoas com Deficiência e Pessoas Surdas. Que Mitos Sociais têm de ser desconstruídos? A inclusão é uma parte importante do festival, que tem legendagem em todos os filmes e tradução em língua gestual portuguesa de todos os eventos. Há, depois, uma sessão de curtas-metragens organizadas sob o mote Futuro, com filmes de Jorge Sousa, Manuela Janela Gil e Rafael de Lopes, Marcus Silva, João Brás, Emídio Navarro, Paula Loffler e Laís Andrade, mais um debate, 27 de Maio em Angola: Desinformação, Auto-Censura e Silêncios e, por fim, às 21h30, a exibição do filme Quo Vadis, Aida?, da bósnia Jasmila Zbanic, acerca do massacre de Srebrenica.

A programação arranca na sexta-feira também às 17h30 e vai haver espaço para o debate Como Lidar com o Crescimento da Extrema-direita em Portugal?, a rubrica Cara-a-Cara Com os Deputados, com elementos do PAN, do PSD, do Livre, do PS, do BE, do IL, do PCP e do Chega, os documentários My Heart is There, My Body is Here, de Pedro Cruz e João Doce, sobre refugiados, e A Nossa Bandeira Jamais Será Vermelha, de Pablo Lopez Guelli, sobre a produção noticiosa no Brasil, a performance O Jeito que o Corpo dá 1.0, de Luan OKUN, e ainda a curta Salazácula, de Pedro Réquio.

No sábado, o festival começa mais cedo, às 15h30, com Dispersos pelo Centro, de António Aleixo, com um momento de networking a começar pouco depois. Às 17h há uma sessão de cinema sob o mote Corpos Políticos, com a curta Bustagate, de Welket Bungué, sobre os incidentes entre a polícia e os habitantes locais do bairro da Jamaica em 2019, e o documentário Alcindo, de Miguel Dores, sobre Alcindo Monteiro, assassinado no Bairro Alto por neonazis em 1995 apenas por ser negro. Segue-se a estreia do documentário A Música Invisível, de Tiago Pereira, sobre a música cigana em Portugal, e um concerto de Família Gitana. Mais tarde, A Grande Mentira é o nome do espectáculo de humor de Hugo van der Ding. A noite fecha com uma sessão de duas curtas para maiores de 18 anos dedicadas à sexualidade feminina: Tout le Monde Dit la Chatte, de Clémentine Beaugrand, e A Arte do Sexo, de Matheus Ribeiro Nogueira.

O derradeiro dia começa igualmente cedo, apesar de acabar também mais cedo. O arranque faz-se com outra sessão de curtas sob o mote Corpos Políticos, com filmes de André Murraças, Cláudia Varejão, Paulo Patrício e Catarina de Sousa e Nick Tyson. Há também uma oficina de tipografia, o documentário brasileiro Ava Kuña, Aty Kuñ; Mulher Indígena, Mulher Política, de Julia Zulian, Fabiane Medina e Guilherme Sai, sobre a Grande Assembleia de Mulheres Guarani Kaiowá, um povo indígena, bem como Rua do Prior 41, documentário de Lorenzo d’Amico de Carvalho sobre a casa na rua lisboeta que lhe dá o nome e que foi ocupada por um militante italiano do grupo Lotta Continua e depois deu origem à Associação Revolucionária de Amizade Portugal-Itália. A programação fecha com Negras, uma conversa e concerto com Sílvia Barros e o colectivo Mulheres Negras Escurecidas.

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