Autoridades do Novo México e de Nova Iorque colaboram para obter o telefone de Alec Baldwin

Há três semanas que as duas polícias procuram obter o iPhone de Baldwin para examinar as mensagens de texto, emails e outras informações “relevantes” na memória do telemóvel.

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Alec Baldwin em 2017 Reuters/STEPHANIE KEITH

A polícia do Novo México confirmou, nesta quinta-feira, estar a trabalhar com as autoridades de Nova Iorque para obter o material do telemóvel de Alec Baldwin relacionado com o acidente que matou a directora de fotografia Halyna Hutchins, em Outubro passado, durante as filmagens do western Rust. O mandado de apreensão foi emitido a 16 de Dezembro.

O gabinete do xerife de Santa Fé e o gabinete do Procurador Distrital do Novo México estão “a trabalhar activamente” com o departamento do xerife do Condado de Suffolk, em Nova Iorque, em negociações com os advogados de Alec Baldwin. O objectivo é ter acesso a quaisquer materiais no smartphone do actor relativos à investigação que está a ser levada a cabo, informaram em comunicado.

Há três semanas que o gabinete do xerife procura obter o iPhone de Baldwin para examinar as mensagens de texto, emails e outras informações na memória do telemóvel, de acordo com os documentos do tribunal. Desde então, nem o porta-voz do departamento do xerife do Condado de Suffolk ─ onde Alec Baldwin tem uma casa em Amagansett ─, nem os advogados do actor prestaram quaisquer declarações adicionais.

O mandado de busca foi pedido na sequência de a detective Alexandria Hancock, de Santa Fé, ter tentado pedir a Baldwin e ao seu advogado que o telefone lhe fosse entregue de forma voluntária. Mas “foi instruída a obter um mandado”, o que fez. Nem o mandado nem a declaração de sete páginas citam qualquer material específico que os investigadores estejam à procura no telefone do actor.

Todavia, os documentos de tribunal relativos ao mesmo pedido justificam a decisão com afirmação de que as vítimas, suspeitos e testemunhas “muitas vezes fazem ou recebem telefonemas ou mensagens antes ou depois dos crimes”. “Tal informação, se existir, poderá ser material e relevante para esta investigação”, sublinham.

Recorde-se que as acusações criminais não estão de parte e Baldwin já enfrenta duas acções interpostas por membros da equipa de Rust: uma directamente contra o actor, por agressão e inflicção intencional de sofrimento emocional, já que, explicou a anotadora, o argumento não mencionava que a arma devesse ser disparada durante a cena em causa; e outra contra a produção, da qual Baldwin fazia parte, por negligência e ineficácia na implementação de medidas de segurança.

Alec Baldwin reconheceu que, durante as filmagens, tinha na mão um revólver Colt.45 e que a arma disparou durante um ensaio, atingindo Hutchins no peito, matando-o. O realizador Joel Souza ficou ferido. Mais recentemente, durante uma entrevista para a televisão, o actor declarou que nunca puxou o gatilho e negou a responsabilidade pelo tiroteio. Acrescentou, ainda, que não tinha ideia de como é que uma arma verdadeira estava no local de filmagens.

De acordo com o mandado da detective Hancock, a armeira do filme, Hannah Gutierrez-Reed, responsável pelas armas no local de filmagens declarou, quando interrogada, que carregou a arma com o que ela acreditava serem seis balas falsas, antes do fatídico ensaio, no início daquele dia, 21 de Outubro. Gutierrez-Reed também relatou ter tido problemas para inserir o sexto cartucho no cilindro da arma, conseguindo encaixá-lo somente depois de o ter limpo, disse na mesma declaração.

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