Biden e Putin falam quinta-feira ao telefone a pedido do líder russo

Washington diz que continua sem ver um esforço de Moscovo para diminuir as tensões provocadas pela mobilização de mais de 100 mil soldados junto à fronteira ucraniana.

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Para já, não está previsto um novo frente-a-frente como o de Junho, em Genebra EPA/DENIS BALIBOUSE / POOL

Três semanas depois do encontro por videoconferência de dia 7, o Presidente norte-americano, Joe Biden, e o Presidente russo, Vladimir Putin, vão falar esta quinta-feira ao telefone “para discutir uma série de tópicos, incluindo os próximos compromissos diplomáticos com a Rússia”, disse à CNN a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Administração dos Estados Unidos, Emily Horne.

Os “próximos compromissos” são o encontro entre os governos dos EUA e da Federação Russa marcado para 10 de Janeiro para discutir questões de segurança como o controlo de armamento e a situação no Leste da Ucrânia; a reunião, dois dias depois, da Rússia com membros da NATO, e o encontro de dia 13 de Janeiro no âmbito da Organização para a Segurança e Cooperação da Europa (OSCE).

A conversa telefónica marcada para quinta-feira foi pedida por Putin. Biden aceitou porque “acredita que quando se trata da Rússia nada substitui o diálogo directo entre líderes”. Horne acrescenta que a “Administração Biden continua envolvida em intensa diplomacia com os aliados europeus e parceiros, em consultas e coordenação sobre uma abordagem comum em resposta ao aumento da presença militar russa na fronteira com a Ucrânia”.

Segundo Horne, Biden tem mantido contactos com líderes europeus, da NATO, da OSCE e muitos parceiros, incluindo os Nove de Bucareste (o conjunto de países que formam a fronteira oriental da NATO: Polónia, Roménia, República Checa, Estónia, Hungria, Bulgária, Letónia, Lituânia e Eslováquia), para além da própria Ucrânia.

Washington tem acusado Moscovo de estar a preparar uma acção militar de grande escala na Ucrânia, depois da mobilização de mais de 100 mil militares, tanques e peças de artilharia junto à fronteira. O Kremlin nega quaisquer planos de guerra e no sábado informou que mais de 10 mil soldados regressaram às bases, depois de terem participado em exercícios no Sul da Rússia.

Depois do anúncio do encontro de 10 de Janeiro, na segunda-feira, Biden foi questionado sobre se tenciona encontrar-se com Putin nessa data. “Veremos”, foi a resposta do chefe de Estado dos EUA. Um frente-a-frente não está, para já, previsto, sabendo-se que do lado americano as conversações vão ser conduzidas pelo Departamento de Estado e contar com representantes do Pentágono e do Conselho de Segurança Nacional.

Segundo disse à CNN outro responsável da Casa Branca, os EUA “fizeram planos para reforçar a postura da NATO” no Leste da Europa, em caso de ataque russo à Ucrânia. Este responsável sublinha que os EUA ainda não viram nenhum esforço de Moscovo para diminuir as tensões: “Continuamos a ver uma presença russa significativa na fronteira e junto à fronteira da Ucrânia, e continuamos a deixar claro ao lado russo que para haver progresso real nestas conversações é necessária uma desescalada”.

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