Rússia retira dez mil soldados das zonas de fronteira com a Ucrânia

Moscovo anuncia fim de manobras militares em várias áreas nas imediações da fronteira ucraniana, onde tem concentrados cerca de 100 mil soldados.

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Soldado ucraniano monta vigia na zona de fonteira com a Rússia GLEB GARANICH/Reuters

Mais de dez mil soldados russos voltaram às suas bases após terem realizado exercícios de um mês no sul da Rússia, especialmente perto da fronteira com a Ucrânia, centro da escalada de tensões entre os dois países, informou este sábado o Kremlin.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que as manobras de “treino de combate” ocorreram em vários locais nas regiões russas de Volgogrado, Rostov, Krasnodar e na Crimeia anexada, áreas nas imediações da Ucrânia.

O Ministério esclareceu que os exercícios militares também ocorreram em territórios russos mais distantes da fronteira com a Ucrânia: nas regiões de Stavoropol, Astrakhan, no norte do Cáucaso, mas também na Arménia, Abkhazia e Ossétia do Sul.

“Para garantir um elevado estado de alerta durante as celebrações de final de ano nas instalações militares do Distrito Militar do Sul, unidades de guarda, reforços e forças serão designados para lidar com possíveis situações de emergência”, acrescentou o Ministério da Defesa russo.

Há mais de um mês que a Rússia tem sido acusada pelo Ocidente de ter concentrado cerca de 100 mil soldados perto da fronteira com a Ucrânia, tendo em vista a uma possível intervenção militar contra Kiev.

Moscovo nega qualquer intenção bélica e diz ter sido ameaçada por “provocações” de Kiev e da NATO, exigindo que a Aliança Atlântica se comprometa a não aceitar a adesão da Ucrânia, uma exigência que será discutida em negociações com Washington, em Janeiro.

As relações entre Kiev e Moscovo estão tensas desde a anexação da península ucraniana da Crimeia pela Rússia, em 2014, dando início a uma guerra entre as tropas ucranianas e separatistas pró-Rússia, no leste.

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