Depois de menino ucraniano o ter contactado, ministro britânico vai acolhê-lo e à sua família

A criança de seis anos, a mãe, a avó e o cão da família deverão chegar ao Reino Unido na próxima semana. Grant Shapps foi um dos mais de 100 mil britânicos que se inscreveram no programa do governo para dar asilo a ucranianos.

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O ministro dos Transportes, Grant Shapps EPA/NEIL HALL

O ministro dos Transportes do Reino Unido, Grant Shapps, revelou, esta sexta-feira, que, em breve, deverá receber uma família ucraniana em sua casa. Foi um menino de apenas seis anos a contactá-lo via Facebook, a pedir que o recebesse a ele, à mãe, à avó de 75 anos e ao cão da família, Max. Os quatro deverão chegar a Inglaterra já na próxima semana.

Só faltam resolver alguns problemas relacionados com vistos para que a família ucraniana chegue a casa do governante. Grant Shapps diz-se “ansioso” por os conhecer e espera que cheguem “o mais depressa possível”. Por agora, os quatro estão em Cracóvia, depois de terem saído da sua casa da Ucrânia. O ministro não especificou mais detalhes sobre a família, na entrevista dada ao programa Good Morning Britain, da ITV.

Questionado sobre se o menino e a família sabem que é ministro, Grant Shapps respondeu com humor: “Já devem ter percebido pela minha página de Facebook.” Antes de aceitar receber a família ucraniana, o governante discutiu o tema com a sua própria família: “Claro que significa que a casa vai estar com mais gente, e que haverá menos espaço para pôr uma secretária para estudar.” Mas o coração falou mais alto e a decisão foi tomada. “De cada vez que chegávamos ao fim da conversa pensava ‘Mas olhem o que está a acontecer a estas pessoas, olhem o que aconteceu à sua casa”, relata.

Shapps foi um dos mais de 100 mil britânicos que se inscreveram no programa do Governo para pôr em contacto famílias do Reino Unido com famílias da Ucrânia que procuram refúgio. Durante um mínimo de seis meses, os ucranianos ficarão em casa dos britânicos, enquanto procuram restabelecer uma vida que a invasão russa veio pôr de pernas para o ar, há mais de um mês.

O programa foi anunciado no início deste mês depois de a oposição criticar duramente a abordagem do Governo relativamente ao acolhimento de refugiados no Reino Unido. O país estava a insistir em verificações de segurança e vistos de entrada para todos os que procurassem asilo vindos da Ucrânia. Já a União Europeia — a que as terras de Sua Majestade já não pertencem — tem uma abordagem bem mais flexível no que toca aos refugiados ucranianos.

Esta semana, o primeiro-ministro português, António Costa, detalhou que Portugal já recebeu mais de 17 mil refugiados ucranianos (de mais de 18 mil pedidos de protecção temporária) e já são 600 crianças que estão nas escolas. A comunidade oriunda da Ucrânia é, aliás, a segunda maior residente em Portugal, logo a seguir aos brasileiros.

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