Ricciardi anuncia saída imediata da administração do BES

Banqueiro quer que equipa de Vítor Bento tome posse o quanto antes para que seja reforçada confiança no banco.

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Ricciardi tinha anunciado em Junho que iria abandonar restantes cargos no grupo para se dedicar à gestão do BESI Daniel Rocha (arquivo)

José Maria Ricciardi pretende a nova comissão executiva do Banco Espírito Santo (BES), que será chefiada pelo economista Vítor Bento, tome posse o quanto antes e, nesse sentido, decidiu deixar já o lugar que ocupava no actual conselho de administração.

“Considero indispensável para reforçar a confiança dos clientes, colaboradores e público em geral que a comissão executiva do Banco Espírito Santo seja, o mais breve possível, substituída pela nova equipa que mereceu o acordo dos accionistas e do Banco de Portugal”, lê-se num comunicado citado pela edição online do Diário Económico. A actual administração deve abandonar funções a 30 de Julho, mas alguns investidores temem que o hiato seja demasiado grande face à pressão gerada na última semana.

Ricciardi, que anunciou no final de Junho que iria renunciar aos restantes cargos no grupo para se concentrar na gestão do BESI, a unidade de investimento, diz agora que a demissão deverá ter efeitos imediatos. “[A decisão] teve como objectivo facilitar a missão do Banco de Portugal em encontrar uma solução alternativa global que permitisse encarar o futuro da instituição com confiança e optimismo, tendo-me simultaneamente sido reconhecida a minha idoneidade como gestor bancário e presidente da comissão executiva do BESI.”

O banqueiro, que no início do mês se desfez da quase totalidade das acções que detinha do BES, adianta ainda que só vai integrar o anunciado conselho ese o Banco de Portugal reconhecer idoneidade a todos os nomes que forem designados. “Entendo que quem não tem idoneidade para figurar nos órgãos sociais não pode, nem deve, integrar o conselho estratégico”, afirma Ricciardi, num recado a Ricardo Salgado, o primo a quem várias vezes quis substituir e que acabaria por sair antecipadamente da presidência do BES por pressão do Banco de Portugal.

Ricciardi termina o comunicado afirmando que esta decisão e outras tomadas de posição que assumiu “desde há mais de um ano” têm como “objectivo alterar a governance do banco e do Grupo Espírito Santo".

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