Trump está "100% disponível" para depor sob juramento

Presidente dos EUA tentou esvaziar o depoimento do ex-director do FBI, que foi ouvido na Comissão de Serviços Secretos do Senado.

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Trump insiste que “não há conluio” com a Rússia Reuters/JONATHAN ERNST

O contra-ataque do Presidente norte-americano às acusações de James Comey passou do Twitter para os jardins da Casa Branca, em Washington. Um dia depois da audição do ex-director do FBI no Senado, Donald Trump respondeu de viva voz e, num tom de desafio, apareceu à porta da Casa Branca para dizer que está "100% disponível" para contar a sua versão dos factos sob juramento.

O assunto surgiu na conferência de imprensa que se realizava no exterior da Casa Branca com o Presidente da Roménia, Klaus Iohannis, recebido na sexta-feira na capital dos EUA.

No fundo, o Presidente repetiu na conferência de imprensa o que já dissera no Twitter, onde também declarou: "Foi-me feita justiça."

Trump procurou esvaziar o depoimento do ex-director do FBI, que foi ouvido na Comissão de Serviços Secretos do Senado. Em relação às conversas entre Trump e Comey até este ser demitido, Trump passou a mensagem de que ficou satisfeito com o que ouviu. A sua equipa na Casa Branca, disse, ficou "muito, muito contente" com o desenrolar da audição pública. "James Comey confirmou muito do que já tinha dito; e algumas das coisas que disse simplesmente não eram verdade", acusou, sem nada concretizar. Apenas acrescentou: "Não há conluio [com a Rússia], não há obstrução [à investigação], ele é um informador ["leaker"], mas queremos voltar a governar o nosso grande país".

Trump garante que em momento algum pediu lealdade a Comey; mas se o tivesse feito, admitiu, "não haveria nada de errado se tivesse dito isso".

James Comey acusou Trump de o ter instruído, numa ocasião, a deixar cair a investigação do FBI sobre Michael Flynn, o ex-conselheiro de Segurança Nacional do Presidente que foi forçado a demitir-se porque mentiu ao vice-presidente Mike Pence sobre as conversas que teve com o embaixador russo em Washington em relação às sanções norte-americanas, antes da tomada da tomada de posse do novo Presidente.

Comey não declarou que tivesse havido uma tentativa de obstrução à justiça, mas foi isso que foram sugerindo durante a audição os senadores democratas, tendo em conta que a história culminou na demissão do ex-director do FBI, depois das conversas com Trump e das recusas de Comey.

Durante as quase quatro horas de audição na Comissão de Serviços Secretos, Comey reafirmou que Trump lhe disse que esperava dele "lealdade" e que fizesse alguma coisa para pôr fim aos rumores de que ele próprio estava a ser investigado pelo FBI por possíveis relações com a Rússia. 

Palavra contra palavra, o que os senadores republicanos procuraram explorar foi o facto de esta ser uma interpretação que o ex-director fez da conversa, argumentando que pode haver outras interpretações.

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