Terramotos e tempestades causam perdas seguradas de 87 mil milhões de euros em 2023

A perda decorrente de catástrofes naturais cobertas por seguros em 2023 é inferior aos 114 mil milhões de dólares de 2022. As perdas totais, incluindo as não cobertas, foram de 228 mil milhões.

Foto
A poderosa tempestade Ciáran atingiu a Europa em Novembro de 2023 EPA/JEFFREY GROENWEG
Ouça este artigo
00:00
02:13

Terramotos na Turquia e na Síria, tempestades nos Estados Unidos e outros desastres naturais causaram perdas seguradas estimadas em 87 mil milhões de euros em 2023, abaixo do ano anterior, mas ainda acima da média de longo prazo, disse a Munich Re, uma das maiores companhias de seguros e resseguros do mundo, esta terça-feira.

A contagem das perdas decorrentes de catástrofes naturais cobertas por seguros é inferior aos 114 mil milhões de euros registados em 2022 e é também inferior a uma estimativa de 91 mil milhões de euros publicada no mês passado pela rival Swiss Re.

Mas o valor de 2023 da Munich Re, a maior resseguradora do mundo, está acima de uma média de 10 anos de 74 mil milhões de euros e bem acima de uma média de 30 anos de 52 mil milhões de euros.

Os terramotos na Turquia e na Síria foram os eventos mais destrutivos, causando 58 000 mortes, 45 mil milhões de euros em perdas globais e 5 mil milhões de euros em perdas cobertas por seguros.

Mas o que se destacou em 2023, segundo a Munich Re, não foram os grandes eventos isolados, mas as numerosas tempestades regionais graves nos Estados Unidos e na Europa, que estão a aumentar em resultado das alterações climáticas.

"O ruído de fundo tornou-se mais alto. Os eventos de perda que anteriormente eram considerados secundários e reconhecidos como "riscos secundários" menos significativos tornaram-se um importante factor de perda", disse Ernst Rauch, cientista chefe do clima da Munich Re, à Reuters.

As perdas totais resultantes de catástrofes naturais, incluindo as não cobertas por seguros, foram de 228 mil milhões de euros em 2023. Este valor é semelhante ao de 2022 e à média dos cinco anos anteriores, mas superior às tendências de 10 e 30 anos.

A América do Norte foi mais uma vez responsável por uma grande parte das perdas, embora a temporada de furacões tenha sido relativamente amena. Os cientistas afirmam que o aquecimento da atmosfera terrestre causará mais danos nas próximas décadas.

As seguradoras têm, nalguns casos, aumentado as taxas que cobram em consequência do aumento da probabilidade de catástrofes e, nalguns locais, deixaram de oferecer cobertura.

Sugerir correcção
Comentar