Carlos apela ao cuidado com o planeta, Felipe e Guilherme preocupados com democracia

O rei britânico quebrou a tradição ao usar uma árvore de Natal viva que será replantada. Também os monarcas de Espanha, Bélgica, Países Baixos e Suécia dirigiram-se aos seus países.

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Carlos e Camila acompanhados dos príncipes de Gales e dos netos Reuters/CHRIS RADBURN
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Os reis Carlos e Camila Reuters/CHRIS RADBURN
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Sarah Ferguson Reuters/CHRIS RADBURN
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Zara e Mike Tindall, acompanhados da filha Lena Reuters/CHRIS RADBURN
,Propriedade de Sandringham
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Sarah Ferguson e a filha Beatrice Reuters/CHRIS RADBURN
Catarina, Princesa de Gales
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A duquesa de Edimburgo Sophie Reuters/CHRIS RADBURN
,Família real britânica
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William e Kate com os filhos George, Charlotte e Louis Reuters/CHRIS RADBURN
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O príncipe André Reuters/CHRIS RADBURN
,Casaco
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Charlotte e Louis Reuters/CHRIS RADBURN

Com Londres como cenário de fundo e uma árvore de Natal sustentável, Carlos III apelou aos britânicos para que ajudem os menos afortunados durante este tempo de dificuldades económicas e conflitos globais. A mensagem de Natal do monarca foi ainda usada para enfatizar a importância da bondade, compaixão e cuidado com o planeta ─ uma das bandeiras do filho de Isabel II.

É a segunda mensagem de Natal de Carlos III desde que é rei (a primeira foi dita apenas três meses depois de subir ao trono) e o soberano também quis prestar homenagem aos voluntários que apoiam instituições de solidariedade e a todos os que trabalham durante as festas em cargos para garantir a saúde e bem-estar dos outros. “Isto é ainda mais importante numa altura de dificuldades para muitos, em que precisamos de aproveitar para apoiar outros menos afortunados do que nós”, enfatizou.

Num inédito para a tradição das mensagens reais das festividades ─ que recua até ao seu bisavô, Jorge V, em 1932 ─ Carlos proferiu o seu discurso ao lado de uma árvore de Natal viva, que o Palácio de Buckingham anunciou que será replantada pelo próprio soberano. Aliás, fazendo alusão à costela ambientalista do rei, a árvore estava enfeitada com decorações naturais e sustentáveis, como rodelas de laranja desidratada ou pequenas pinhas.

“Preocupamo-nos com a Terra em nome dos filhos dos nossos filhos”, reforçou, enquanto falava da sala central do Palácio de Buckingham que se abre para a famosa varanda onde a família real aparece em ocasiões especiais. E insistiu: “Durante toda a minha vida, tenho orgulho em presenciar uma consciência crescente de como devemos proteger a Terra e o nosso mundo, a única casa que todos partilhamos.”

Preocupado com o ambiente, mas não alienado de outros problemas globais, também fez alusão ao conflito na faixa de Gaza que dura há já 11 semanas: “Numa altura de conflitos cada vez mais trágicos em todo o mundo, rezo para que possamos também fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para nos protegermos uns aos outros.”

Carlos, que detém o título de "Defensor da Fé" enquanto Chefe Supremo da Igreja de Inglaterra, reiterou que o ensinamento cristão de fazer o bem aos outros representa valores universais e parece mais relevante do que nunca.

Na manhã de Natal, a família real também se reuniu, como é habitual, para a missa em Sandringham. Logo atrás dos reis Carlos e Camila, os príncipes de Gales, William e Kate, chegaram acompanhados dos três filhos, George, Charlotte e Louis, e cumprimentaram a multidão que os esperava.

Pela primeira vez em quase 30 anos, Sarah Ferguson também acompanhou os Windsor, lado a lado com o ex-marido, o príncipe André, e com as filhas Beatrice e Eugenie. Não faltaram outros membros habituais do clã, como a princesa Ana e o irmão Eduardo, duque de Edimburgo, com os filhos e a mulher Sophie.

O que disseram os monarcas europeus?

Entretanto, na mesma manhã de Natal, outros monarcas também desejaram as boas festas, a começar por Felipe VI de Espanha. Sentado no Palácio de Zarzuela, dedicou toda a mensagem à política com foco na Constituição espanhola, que a filha Leonor jurou fidelidade em Outubro ─ um dos momentos altos do ano. “Não podemos ignorar que um dos nossos grandes trunfos em democracia é, precisamente, o facto de a convivência se basear na partilha de sentimentos e na procura comum do bem-estar e da prosperidade de todos”, frisou.

Em tempos de instabilidade política em Espanha, Felipe lembrou que “cada instituição, a começar pelo rei, deve posicionar-se no lugar que lhe corresponde constitucionalmente, exercer as funções que lhe são atribuídas e cumprir as obrigações e deveres que a Constituição lhe indica”.

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Felipe VI Reuters/Pool

A terminar as celebrações de uma década de reinado, Guilherme-Alexandre dos Países Baixos enalteceu aquele país “como um dos melhores lugares do mundo”. Mas não se coibiu de enviar uma mensagem indirecta a Geert Wilders, líder do Partido da Liberdade, de extrema-direita, que venceu as eleições em Novembro. “Há regras que se aplicam a toda a gente. Nós, neerlandeses, temos uma ordem jurídica democrática. Isso dá-nos estabilidade e segurança. A discriminação, sob qualquer forma, é inaceitável. Intimidar, ameaçar e insultar as pessoas está fora de questão.”

Menos político foi o rei dos Belgas, Philippe, que fez também alusão à instabilidade económica e aos conflitos internacionais, mas deixou uma nota positiva. “O medo e a ansiedade que desanimam e paralisam podem ser vencidos com uma força vital: a esperança. Não se trata de um optimismo ingénuo ou passivo. Pelo contrário, a esperança é uma energia que se extrai do fundo de nós e que cresce ainda mais quando nos empenhamos.”

Carlos XVI Gustavo da Suécia não esconde a desilusão com 2023, a que chama “um ano negro”, na mensagem transmitida na tarde de Natal, na televisão nacional SVT. “Foi um ano negro de muitas formas. Em Bruxelas, suecos a caminho de um jogo de futebol, a usar orgulhosamente as nossas cores suecas, foram mortos. Um acto terrível”, lamentou, numa alusão ao ataque terrorista de Outubro.

No primeiro dia de 2023, será a vez de Margarida II da Dinamarca, Haroldo da Suécia e o príncipe Alberto do Mónaco proferirem as suas tradicionais de mensagens de Ano Novo.

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