Algarve aposta no turismo criativo com propostas de artes manuais e experiências gastronómicas

Nas artes manuais, as propostas incluem aprender a moldar peças em barro na roda de oleiro. Na gastronomia, uma das sugestões é aprender a fazer uma cataplana algarvia de peixe e marisco.

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O catálogo sugere várias propostas de artes manuais DR
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Com o objectivo de “impulsionar o turismo criativo” no Sul do país, o projecto Algarve Craft & Food tem um novo catálogo com diferentes programas em que os participantes podem experimentar as artes manuais dos ofícios da região e também provar os sabores e produtos alimentares algarvios.

Apesar de ser "um destino que é associado a sol e mar”, lembra Fátima Catarina, vice-presidente da Região Turismo do Algarve, o Sul do país quer provar que tem mais para oferecer o quem visita com 20 experiências que podem incluir workshops, aulas de culinária, provas de degustação e visitas guiadas pelo campo.

Entre os objectivos da iniciativa, dinamizada pela Região Turismo do Algarve, a QRER - Cooperativa para o Desenvolvimento dos Territórios de Baixa Densidade, e Tertúlia Algarvia, está o combate à sazonalidade, que “será tendencialmente para baixar”, avança Fátima Catarina. Por isso, a ideia é continuar a desenvolver estas actividades ao longo de todo o ano.

O primeiro Festival de Turismo Criativo do Algarve, que decorreu entre 21 e 24 de Junho deste ano, foi o pontapé de saída para os artesãos, chefs de cozinha e proprietários de negócios locais se darem a conhecer e partilharem o seu saber.

Artes manuais, cerâmica e olaria

Começando pelo artesanato, entre as 20 experiências propostas há a oportunidade de aprender a fazer uma esteira a partir de pequenos molhos de fibra vegetal. Nesta actividade, os visitantes vão conhecer a técnica do tear de pedras: uma trave suspensa suportada por dois cavaletes, em que os fios de fibra vegetal se entrecruzam para formar tecidos, e onde quatro pedras funcionam como bobines.

Para quem gosta da área de cerâmica, há propostas para moldar e pintar taças ou tigelas inspiradas nos frutos da região. Numa das experiências, por exemplo, os visitantes podem pintar uma taça como se fosse metade de uma laranja. Quem quiser pode ainda participar no workshop de olaria e conhecer a arte de moldar as peças em barro na roda de oleiro.

As sugestões passam também por desenvolver a “arte ancestral” de trabalhar a cana. Numa das experiências, os visitantes são convidados a fazer um pequeno cesto de cana, com o apoio de um mestre artesão. Além disso, construir caixas-tubo para guardar as iguarias na cozinha ou aprender a fazer copinhos para degustações são outros desafios propostos.

Pintar o azulejo português é também uma das experiências do catálogo. Nesta tarefa, os visitantes pintam o azulejo em tons de azul-cobalto, que podem depois personalizar com desenhos tradicionais como a guitarra portuguesa ou um ramo com uma flor da laranjeira.

Há ainda sugestões de tarefas com plantas que existem no Sul do país. É o exemplo do esparto, uma planta silvestre que se desenvolve na região do Algarve, e que é utilizada para vários utensílios como cestos e cordas. Os participantes são convidados a aprender a fazer a trena, um entrelaçado simples que vai ser enrolado e cosido para dar forma a uma base para copos. Além desta actividade, os participantes vão fazer uma base para tachos a partir da palmeira-anã, uma planta arbustiva da região algarvia.

Gastronomia e actividades no campo

Na gastronomia, uma das propostas passa pela degustação de vinagres de vários sabores, que são produzidos a partir de frutas e vegetais. Quem participar vai ter uma visita guiada pela quinta que produz a marca Fateixa, em Algoz, no município de Silves. Nesta experiência, o vinagre vai ser o destaque de pratos como o ceviche, a carne marinada, as saladas de vegetais ou a fruta da época.

Mas há mais sugestões, e algumas para cozinhar. Por exemplo, os participantes podem confeccionar uma cataplana algarvia de peixe e marisco com a ajuda de um chef de cozinha.

Há ainda propostas para pintar o azulejo português DR
Os participantes vão ter oportunidade de conhecer alguns doces da região DR
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Há ainda propostas para pintar o azulejo português DR

O desafio passa também por conhecer os pratos da região algarvia. Os participantes vão aprender a preparar uma tiborna tradicional, um prato em que o pão é molhado no azeite e, ainda, o xarém (também conhecido por “papas de milho”), confeccionado com berbigão e camarão.

Ainda na área da gastronomia, há propostas de actividades no campo. Numa das experiências, aprendem-se as técnicas de conservação e secagem do figo, ou a fazer alguns doces típicos da região à base deste fruto.

Quem quiser, pode também visitar as instalações da empresa Feito no Zambujal, onde são produzidos enchidos, presuntos e outros produtos a partir do porco ibérico.

Criatividade na cozinha também não vai faltar. O convite passa por observar o processo de elaboração do massapão, a “estrela” da doçaria algarvia, feito a partir da amêndoa.

As propostas no campo convidam ainda a uma prova de vinhos acompanhada com azeite e pão caseiro e uma tábua de queijos, chouriço e presunto; a aprender a fazer pão no forno a lenha e, ainda, aprender a fazer torta de laranja e doces com amêndoa e figo.

Cada actividade tem um custo associado, e as reservas devem ser feitas com pelo menos 48 horas de antecedência.

Texto editado por Mara Gonçalves

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