Culturgest festeja 30 anos com Paul B. Preciado, Milo Rau e duas vezes Ricardo Toscano

Programa festivo inclui várias conferências e a inauguração de um novo espaço expositivo no edifício-sede, em Lisboa.

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Antígona na Amazónia, de Milo Rau, terá apresentações na Culturgest, em Lisboa, e no Teatro Municipal do Porto KURT VAN DER ELST

A Culturgest completa 30 anos no início da nova temporada e o programa das festas inclui estreias nacionais nas áreas da música, do teatro e da dança, e exposições em torno da colecção da instituição e da obra de Alberto Carneiro (1937-2017).

Nas artes performativas, a nova temporada, anunciada esta tarde, contará com espectáculos da artista visual polaca Agnieszka Polska (The Talking Car, uma proposta da BoCA Bienal) e do coreógrafo belga Jan Martens (any attempt will end in crushed bodies and shattered bones, já apresentado em Portugal). Em parceria com o Alkantara Festival, a Culturgest receberá ainda visitas do encenador suíço Milo Rau (Antígona na Amazónia, em co-apresentação com o Teatro Municipal do Porto) e da coreógrafa costa-marfinense Nadia Beugré (Profético (Nós já Nascemos)). No que diz respeito a criações nacionais, estão programadas a mais recente peça da dupla Albano Jerónimo e Cláudia Lucas Chéu, O Meu Amigo H., e o díptico que a companhia Hotel Europa dedicou ao passivo das muitas décadas de extracção mineira em São Pedro da Cova, composto por Mina e pelo novo Tribunal Mina.

Na música, destaque para apresentações dos novos trabalhos de Luís Severo e Joana Sá, numa série de concertos que também inclui nomes como Alessandro Cortini e Nivhek (conhecida como Grouper). A celebração do aniversário da Culturgest, que abriu as suas portas a 11 de Outubro de 1993, far-se-á com dois concertos do saxofonista Ricardo Toscano, um em trio, outro com uma secção de instrumentos de corda.

Uma exposição dedicada a edições do escultor Alberto Carneiro inaugurará, em Outubro, o novo espaço expositivo da Culturgest, no local da antiga livraria. Na mesma altura, a colecção de arte da Caixa Geral de Depósitos (CGD) ocupa as galerias do edifício-sede. As duas exposições ficam patentes até Janeiro.

Também em Setembro, de 19 a 21, a instituição recebe o evento A Humanity Summit, reunindo "defensores dos direitos humanos, chefes de Estado, políticos, agentes de mudança" como Siyabulela Mandela, bisneto de Nelson Mandela, ligado à organização Jornalistas pelos Direitos Humanos da África Austral e Oriental, a produtora Vanessa Ford, que acompanha a diáspora de crianças africanas, Mylene Ramos Seidl, jurista, consultora em direito do trabalho diversidade e inclusão, Graça Fonseca, ex-ministra da Cultura, co-fundadora da agência Because Impacts, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

A Humanity Summit apresenta-se como uma "iniciativa colaborativa" e terá como parceiros o Imperial College de Londres, a Universidade do Algarve e Município de Faro, o portal Afrolink, a Google, a produtora Nega Films, a Fundação EDP, a RTP e a Forbes.

Encontros com os filósofos Paul B. Preciado, também no âmbito da BoCA Bienal, e Elisa Aaltola constam ainda da programação da Culturgest para a temporada, assim como o ciclo de conferências Lugares, Proximidades e Território e Aqui, no Universo, a decorrer em Novembro e Dezembro.

A estes junta-se a iniciativa Histórias Comuns/Common Stories, em colaboração com o festival Alkantara e a Maison de la Culture de Seine-Saint-Denis, em Paris, "num projeCto a três anos", que envolve "outras entidades", "em torno da diversidade nas artes cénicas".

Já no próximo ano, de Janeiro a Abril, o ciclo Aqui, no Universo, que conta com o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, vai "reunir investigadores e pensadores num diálogo que une a cultura científica às preocupações humanas e às perturbações de origem humana".

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