O Machimbombo cor-de-rosa de Lisboa não pára: do brunch ao cocktail

Durante a noite, neste bar na Calçado do Combro, servem-se cocktails de autor ao som de música electrónica. A partir do meio-dia, a proposta é reconfortar o estômago com um brunch vindo de outras paragens. A qualquer hora do dia, o Machimbombo está em movimento entre as culturas de Portugal, de África, do mundo.

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As panquecas Pretty in Pink mimetizam os tons de rosa do espaço DR
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Os tacos são um dos destaques da carta, assim como os cocktails DR

É um bar ou é um espaço para brunch? É essa a dúvida que assola qualquer um que se depare à porta deste estabelecimento cor-de-rosa na Calçado do Combro, em Lisboa. Poucas horas antes, no Machimbombo, soava música electrónica e os clientes partilhavam exóticos cocktails, a partir do meio-dia é à mesa que se faz a festa, com um brunch inspirado em paragens de todo o mundo.

“A parede tem mais de 18 tons de rosa”, conta à Fugas, com orgulho, o proprietário Márcio Duarte, que fundou este espaço em 2021 em conjunto com a mulher, Jennifer McFarlane, e fez as obras de remodelação pelas suas próprias mãos, sob um único tom, precisamente o cor-de-rosa. Inicialmente pensado para ser apenas um bar, “para quem gosta de sair à noite e beber uma boa bebida a um preço justo”, explica, não demorou até que o Machimbombo se tornasse uma paragem obrigatória no roteiro nocturno da Calçada do Combro.

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O nome, justifica o empresário, chegou através de uma fotografia que encontrou desta mesma morada com um eléctrico avariado à porta. Um machimbombo, diz o dicionário, é “um ascensor mecânico para ladeiras íngremes” — o caso da Calçada do Combro. Já em Moçambique e Angola, na era colonial, era assim que se chamavam os autocarros de transporte público. Depois de ter baptizado o novo bar, recorda Márcio Duarte, descobriu que o seu avô havia sido condutor de machimbombo em Moçambique.

Essa ligação familiar a África trouxe-a para o bar, “onde a cultura africana e portuguesa se misturam”. Cada noite da semana tem um tema diferente para atrair “diferentes nichos de público”, explica. Há uma noite dedicada ao funk e ao hip hop, outra de música electrónica e até serões mais alternativos.

Seja qual for o tema, as estrelas são os cocktails de autor, com destaque para o Lisbon Mule com vodka, eucalipto, ginja e cerveja de gengibre (9€) ou para o Ready to Ramble infundido com cardamomo, licor de damasco, ginja, Cointreau, maracujá e limão (10€). “Já chegamos a fazer 300 cocktails numa noite”, conta Márcio Duarte.

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Tosta francesa (7€) DR

O mesmo espaço, uma nova faceta

Quem ficar fã do Machibombo pode voltar ao meio-dia, quando o espaço abre novamente, desta vez para confortar o estômago: “Quando vou a Berlim, há um conceito que adoro: vai-se ao mesmo sítio da noite antes, mas de manhã para comer uns ovos.” Mas a carta de brunch, disponível desde este Verão, vai além dos ovos — aqui sempre biológicos — de que fala Márcio Duarte: faz uma viagem à volta do globo pelos destinos favoritos do seu fundador.

Da Alemanha, chega a proposta Guten Morgen com dois ovos a baixa temperatura servido com pretzel, manteiga caseira e mostarda (7€). Já do México, há duas opções de tacos (9€ cada) que tanto podem ter ovos ou tofu, consoante a preferência. Não falta a badalada tosta de abacate (11€), aqui baptizada de Califórnia Dreaming.

A opção favorita de Márcio Duarte é talvez a mais simples da carta, mas nem por isso com menos sabor: cheese-tastic (7€), uma sanduíche de queijo grelhado com ovos, cheddar, chutney de tomate e picles. Todas as propostas são vegetarianas e “o mais orgânicas possível”, promete.

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A tosta de queijo DR

Para terminar a refeição, a tonalidade do espaço invade as panquecas Pretty in Pink com molho de frutos silvestres, iogurte de coco, bagas de goji e xarope de ácer (8€). Também as waffles de matcha, Taste of Tokyo (8€), têm conquistado os clientes, sobretudo estrangeiros a viver em Lisboa. O café para acompanhar é de especialidade, mas quem preferir pode sempre pedir um dos cocktails a qualquer hora, já que aqui se incentiva a que não existam regras.

Apesar de reconhecer a grande oferta deste tipo de pequeno-almoço na cidade, Márcio Duarte acredita que a procura não tem cessado e o cliente está cada vez mais exigente: “Antigamente o turista satisfazia-se com um café queimado”. “O brunch faz justiça ao que temos feito no Machimbombo: ganhamos as pessoas pela boca. Quem vem, gosta e volta”, conclui.


A Fugas experimentou o brunch a convite do Machimbombo.

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