Opositor Sérgio Garrido eleito governador do estado venezuelano de Barinas

Vitória no estado onde nasceu o ex-Presidente Hugo Chávez é um marco simbólico para a oposição ao chavismo e a Nicolás Maduro.

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Garrido (ao centro) atribuiu a vitória “ao povo de Barinas, à força democrática e à oposição” local Rayner Pena R./EPA

O candidato da oposição venezuelana Sérgio Garrido, foi eleito no domingo governador do estado de Barinas, onde nasceu o ex-Presidente da Venezuela Hugo Chávez e que nos últimos 23 anos foi governado pelo chavismo.

Segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral, Sérgio Garrido, da aliança Mesa de Unidade Democrática, obteve 172,497 votos, correspondentes a 55,36% dos eleitores.

O candidato Jorge Arreaza, do Pólo Patriótico (Partido Socialista Unido da Venezuela e outras organizações) obteve 128,583 votos, correspondentes a 41,27% dos eleitores.

Na terceira posição, com 5,596 votos (1,77%) ficou Cláudio Fermim, de Aliança Democrática, tendo ainda sido registados 4,987 (1,67%) votos a favor de outros candidatos.

O candidato vencedor, Sérgio Garrido, atribuiu a vitória “ao povo de Barinas, à força democrática e à oposição” local.

“Povo de Barinas, aceito o desafio democraticamente e conseguimos ser um estado ícone de toda a Venezuela (…). Hoje demonstramos que, em unidade e com a vossa força, conseguimos vencer os obstáculos. Apesar de tudo o que tivemos que enfrentar o povo conseguiu superar. O triunfo é de toda a Barinas”, disse durante uma conferência de imprensa.

Por outro lado, agradeceu às instituições locais e às Forças Armadas Venezuelanas por “se terem comportado à altura, institucionalmente”.

Num comunicado ao país, o líder opositor Juan Guaidó, felicitou a população local, o governador e os partidos políticos democráticos pela “incontestável vitória na repetição ilegal das eleições” de Barinas.

“Numa jornada heróica, superando os incontáveis obstáculos levantados pelo regime e após (...) a legítima vitória obtida a 21 de Novembro (…) Barinas voltou a levantar a sua voz e a demonstrar que não aceita uma tutela imposta pela ditadura”, afirmou Guaidó.

Segundo o líder opositor, “o que aconteceu em Barinas representa um marco na luta empreendida pelos venezuelanos na resistência a um regime usurpador do poder”.

Guaidó afirmou ainda que a Venezuela não pode ser submetida “a uma crise como a desencadeada pelo regime devido à falta de apoio popular” e que precisa de eleições presidenciais e parlamentares livres e democráticas.

As eleições regionais e municipais venezuelanas tiveram lugar no dia 21 de Novembro de 2021.

No entanto, em Barinas, região, onde nasceu o ex-Presidente da Venezuela Hugo Chávez, as eleições foram anuladas pelo Conselho Nacional Eleitoral, por ordem do Supremo Tribunal de Justiça, que constatou que o candidato da oposição, Freddy Superlano, concorreu apesar de ter sido desqualificado.

Freddy Superlano venceu por uma estreita margem o candidato apoiado pelo Governo, Argenis Chávez, irmão do falecido Hugo Chávez, que dias depois renunciou à possibilidade de recandidatar-se.

O STJ ordenou a repetição das eleições no estado de Barinas, após receber uma acção de tutela constitucional interposta por Adolfo Superlano (sem relação com Freddy Superlano) – considerado dissidente da oposição –, alegando violação de direitos constitucionais porque Freddy Superlano se candidatou apesar de estar impedido legalmente.

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