Michelin dá primeira estrela vegana a França: ONA abriu graças a crowdfunding

A chef Claire Vallée faz história na restauração francesa: o seu restaurante ONA - Origine Non Animale é o primeiro vegano do país a conquistar a estrela. Um êxito para um restaurante que abriu graças contribuições em crowdfunding.

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Não é a primeira estrela Michelin para um restaurante vegetariano no mundo mas, tratando-se de França, é um marco na história da restauração do país e das distinções do famoso guia francês tornado “bíblia” gastronómica mundial.

A primeira estrela Michelin vegana de França foi para o restaurante ONA - Origine Non Animale. No nome está todo o conceito: pura e simplesmente só serve pratos criados com produtos e ingredientes sem origem animal.

A chef é Claire Vallée, que comanda esta cozinha de luxos vegetarianos em Arès (Gironde, próximo de Bordéus), desde 2016. 

A história do restaurante já tinha outras particularidades: nasceu de um projecto que Vallée apresentou publicamente e abriu graças a uma campanha de crowdfunding, sem recurso aos tradicionais empréstimos bancários, adianta a AFP.

“Foi como se um comboio me tivesse passado por cima”, comenta à agência a chef, de 41 anos, que lembra que não só recebeu a tradicional estrela Michelin, como também a novíssima estrela verde, que distingue a restauração sustentável.  

O ONA trabalha o vegano gourmet, com menus de degustação de sete pratos. Actualmente está encerrado devido às restrições para contenção da pandemia em França. Considerada uma pioneira na elevação da culinária vegana, a cozinheira diz que apenas se “limita” a seguir a sabedoria de mestres anteriores como Jean-Christian Jury, do restaurante La Mano Verde em Berlim, que morreu no ano passado.

“É muita emoção, para nós, amigos, família, os nossos fornecedores, clientes e as ‘formigas’ que trabalharam para criar este restaurante” em Arès, diz. “As ‘formigas’ são cerca de 80 voluntários que nos ajudaram no trabalho do restaurante por dois meses em 2016.”

É que a história do projecto tem que se lhe diga e é marcante também em termos de recolha de apoio financeiro. A chef conta que procurou crédito junto da banca tradicional mas foi descartada. “Disseram que as projecções para o veganismo e para a comida com base em plantas eram demasiado incertas.” Não desistiu: abriu o projecto a apoio de cidadãos e conseguiu o financiamento via crowdfunding, a que se juntou o microcrédito do banco La Nef, incluindo apoio voluntário para os primeiros tempos.  

“Isto também serve para provar que nada é impossível”, diz Vallée. “Existem aventuras fora dos códigos, do tempo e espaço, há alquimias emergentes, tomadas de consciência e histórias extraordinárias onde a magia pode finalmente intrometer-se”, comenta a cozinheira no seu Instagram. Último conselho: “Sigam os vossos sonhos”.

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