Assembleia Municipal unânime quanto ao reforço do policiamento e iluminação no Campo Grande

A insegurança na Cidade Universitária foi à Assembleia Municipal, onde todos os partidos exigiram medidas, mas a videovigilância e o aumento de penas dividiram os deputados

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Mais policiamento, iluminação e videovigilância são equacionados para combater insegurança. Sara Jesus Palma

Resultado de um assalto no Campo Grande, a morte do recém-licenciado Pedro Fonseca é, nas palavras de José Inácio Faria, deputado municipal do MPT, “a faceta mais negra” da insegurança vivida na Cidade Universitária. Uma sensação que o deputado municipal do CDS-PP, Diogo Moura, alargou a outras zonas de Lisboa, destacando os vários casos de vandalismo e furtos ocorridos, por exemplo, no Areeiro. No entanto, o centrista descartou alarmismo, apelando antes ao reforço das forças de segurança. Estes dois partidos levaram à reunião da assembleia municipal da passada quarta-feira um problema que “é sobejamente conhecido, mas nada ainda foi feito”, segundo José Inácio Faria.

Na recomendação entregue pelo Partido da Terra, o foco estava no investimento no policiamento e na iluminação na envolvente da Cidade Universitária - o mesmo que os próprios alunos também têm pedido nas últimas semanas. A contemplação do campus universitário nos estudos para a colocação de videovigilância foi outro dos pontos da recomendação do grupo municipal do partido.

De forma unânime, as forças políticas com representação na assembleia municipal votaram favoravelmente ao primeiro pedido. Já relativamente à proposta da futura videovigilância, apesar de aprovada por maioria, evidenciaram-se as divergências. Quatro deputados municipais independentes abstiveram-se, enquanto BE, PCP, PEV e outros três deputados independentes votaram contra.

Já a moção do CDS, além de falar, Cidade Universitária, pedia medidas, sobretudo o investimento no policiamento, em toda a cidade. Para o deputado centrista, Diogo Moura, ainda “há muito a fazer” em matéria de segurança e a discussão tomou conta da sessão.

José Borges, do PS, admitiu que efectivamente, “o governo central não está a corresponder”. Já Fernando Correia, do PCP, foi mais longe e criticou a “eliminação da polícia de proximidade e a redução no número de viaturas disponíveis”. Apesar disso, o deputado municipal elogiou a eficácia das forças policiais e considerou que está em falta “a vertente preventiva”. Uma tese também corroborada pelo deputado independente Rui Costa que questionou a insuficiente “prevenção do crime a montante”. Luís Newton, do PSD, concordou com o necessário reforço e investimento nas forças de segurança.

“O reforço de câmaras de vídeo protecção nos espaços públicos que registaram um maior número de assaltos, designadamente nos parques de estacionamento exteriores dos Campi Universitários” foi também um dos assuntos solicitados pelo CDS. Mais uma vez, o BE, PCP e PEV votaram contra, tal como cinco deputados municipais independentes. Registaram-se ainda três abstenções, todas de deputados municipais independentes.

Quanto a esta matéria, Luís Newton, do PSD, considerou videovigilância como uma importante ferramenta na identificação dos suspeitos que atacaram mortalmente o jovem no Campo Grande. Ainda assim, para Fernando Correia, as câmaras de videovigilância “não evitam os crimes” e deve-se “actuar preventivamente”, reforçou o deputado municipal do PCP. Em resposta, o centrista Diogo Moura disse que a ferramenta deve ser vista como “complemento e não como alternativa ao policiamento”.

O CDS propunha ainda estudar a pertinência do agravamento das penas “nas situações de assalto com ofensas à integridade física e/ou homicídio de cidadãos”, bem como em situações de “reincidência do culpado no mesmo tipo de crime”. O deputado socialista considerou que não ser o “momento político” para discutir o assunto. O deputado centrista admitiu ser sensível ao argumento do PS e retirou o quinto ponto da moção.

O CDS-PP apresentou ainda um voto de pesar tanto pelas mortes do jovem no Campo Grande como a de Luís Giovanni, em Bragança.

Texto editado por Ana Fernandes

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