Exportações para a Alemanha sobem, vendas aos EUA descem

Vendas à Alemanha subiram em Agosto 11,3%, graças à exportação de carros. No mercado norte-americano, a quebra é de 25,2%, por causa dos combustíveis.

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Venda de carros assegurou o aumento das exportações portuguesas para a Alemanha LUSA/ANDRÉ AREIAS

Portugal continua a agravar a balança comercial com o exterior, segundo os dados de Agosto divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística. O défice da balança comercial agravou-se em 190 milhões de euros, face ao período homólogo, quando se excluem as vendas de combustíveis e lubrificantes ao estrangeiro. Neste cenário, diz o INE, as exportações até aumentaram 0,6%, mas as importações cresceram de forma mais acelerada (+4,4%) em termos homólogos, colocando o défice da balança em 1288 milhões de euros.

Nos números globais, as exportações de bens diminuíram 3,8% e as importações caíram 4,0% penalizadas precisamente pela quebra no comércio de combustíveis e lubrificantes.

Quando se olha para os valores acumulados, o agravamento dos desequilíbrios com o exterior torna-se evidente. Apesar de a economia portuguesa ter recuperado quotas de mercado no comércio internacional graças ao aumento das exportações em diferentes sectores, o défice de Janeiro a Agosto em 2019 é mais negativo do que o era na mesma altura em 2018, em 2017 e 2016.

No presente, é também notório um “efeito Autoeuropa”. “Tendo em conta os principais países de destino e os principais fornecedores em 2018, destaca-se o decréscimo nas exportações para os Estados Unidos (-25,2%), sobretudo de Combustíveis e lubrificantes (Produtos transformados), e o aumento nas exportações para a Alemanha (+11,3%), principalmente Automóveis para transporte de passageiros”, descreve o INE. A quebra nos combustíveis poderá, por seu lado, estar relacionada com a paragem da refinaria de Sines. 

Nas importações, por mercados de origem, destaca-se a França, com um acréscimo justificado sobretudo pelos “aviões e suas partes” – o que reflecte a compra de novos aviões por parte da TAP.

Por blocos geográficos, e incluindo o comércio de combustíveis, verifica-se que em termos homólogos as exportações para fora da União Europeia (UE) tiveram um comportamento pior do que o comércio dentro da UE, com uma quebra de 14,9% em Agosto, face a um aumento das vendas no espaço comunitário de 0,8% nesse mesmo mês.

Nas importações, as compras à UE cresceram 5% em termos homólogos em Agosto, ao passo que as importações de fora da UE caíram 25,4% em Agosto.

Os dados desta quinta-feira dizem apenas respeito ao comércio de bens, sem levar em conta a variação de preços, e excluindo portanto as compras e vendas de serviços como o turismo.

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