Palcos da semana

Cinema de Abrantes e Moretti, um Timão de teatro e música, guitarradas pelo país e uma ópera bufa com mais de 140 anos.

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L'Étoile António Pedro Ferreira

Ópera
Execução para rir

Tem mais de 140 anos, mas só agora se estreia em Portugal L'Étoile, a ópera bufa de Emmanuel Chabrier. Com direcção musical de João Paulo Santos, é interpretada pela Orquestra Sinfónica Portuguesa, o Coro do Teatro Nacional de São Carlos e um elenco vocal composto por Mário João Alves, Dora Rodrigues, Eduarda Melo, Luís Rodrigues, Carlos Guilherme, Maria Luísa de Freitas e João Pedro Cabral. A encenação é do britânico James Bonas, que no final de 2017 trouxe ao São Carlos a sua versão de L'Enfant et Les Sortilèges, de Ravel. Estreada em Paris, em 1877, com libreto de Eugène Leterrier e Albert Vanloo, L'Étoile conta a história de um rei que, por tradição de aniversário, procura alguém para executar – plano que será atravessado por uma série de peripécias.

 

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Still de Palácios de Pena, de Gabriel Abrantes

Cinema
Abrantes no Córtex

Premiado como artista e realizador – recebeu o prémio EDP Novos Artistas 2009 e, no ano passado, o da crítica em Cannes, por Diamantino (nas salas portuguesas a 4 de Abril) – Gabriel Abrantes está em destaque na nona edição do Córtex – Festival de Curtas-Metragens de Sintra. Em retrospectiva estão 15 obras, incluindo Os Humores Artificiais (Melhor Curta Nacional em 2018), Olympia I & II ou a sua primeira longa, Palácios de Pena, co-realizada, tal como Diamantino, com Daniel Schmidt. A estes filmes juntam-se 18 da disputa nacional, outros tantos da internacional e 12 de uma nova secção competitiva de estreias nacionais. Regressam também as curtas documentais do Hemisfério (programado pelo DocLisboa), e os segmentos Frontal e Mini-Córtex. A música fica por conta de Sequin e Filipe Sambado.

 

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The Legendary Tigerman Miguel Madeira

Música
Três cidades à guitarra

Clássicas, portuguesas, eléctricas... Há espaço para todo o tipo de guitarras e músicas no Soam as Guitarras, um festival que se fez ouvir primeiro em Oeiras, se expandiu para Évora e, nesta terceira edição, estica a corda até à Póvoa de Varzim. Ao todo, são 18 espectáculos, todos em registo intimista. O cartaz vai da Rosa de Luísa Sobral ao encontro de Aline Frazão com Pedro Jóia, da Radio Gemini de David Fonseca à Vida Nova de Manel Cruz, do Paraíso Cafajeste da dupla Royal Bermuda ao Misfit blues-rock de The Legendary Tigerman (com Calcutá como convidada), passando pela guitarra portuguesa de Ângelo Freire, Ricardo Rocha, Marta Pereira da Costa (com Tiago Bettencourt) e Pedro Caldeira Cabral, defensor da renomeação do instrumento para cítara portuguesa. Rubel também alinha no festival, em representação da nova música brasileira, com o álbum Casas.

 

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Timão de Atenas Carlos Pinto

Teatro
Timão de Praga

O Timão de Atenas do Teatro Praga entronca em duas raízes: a peça original de William Shakespeare e a versão musical de Henry Purcell. É o fecho da trilogia de produções focadas na ligação entre o dramaturgo e o compositor, que a companhia inaugurou em 2010 com Sonho de Uma Noite de Verão e prosseguiu em 2013 com A Tempestade. Na primeira, associou-se ao colectivo Os Músicos do Tejo; na segunda, a Xinobi e Moullinex; nesta, tem como parceiro musical o Ludovice Ensemble e conta com consultoria artística de Vasco Araújo. Tematicamente, o Praga propõe “concentrar-se nas relações entre arte e capitalismo, caminhando para um abandono progressivo dos objectos, da concretização e da partilha”.

 

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Still de Santiago, Italia, de Nanni Moretti Sacher Film

Cinema
De Moretti à Renascença

A 12.ª Festa do Cinema Italiano vem recheada de mais de 60 filmes. Entre eles, seis antestreias nacionais. É o caso de Noites Mágicas, de Paolo Virzì, exibido na abertura. E de Santiago, Italia, o último filme de Nanni Moretti, cineasta homenageado este ano com uma retrospectiva completa. A par da competição central, há sessões especiais sobre artistas renascentistas, arte urbana e actualidade política, um concerto com 4 Canções Italianas de Pedro Teixeira da Silva e outro de Fabrizio De André, cinejantares e, para as crianças, a secção Piccolini. O filme escolhido para o encerramento é Euforia, de Valeria Golino. É a última sessão de Lisboa, mas não da festa que, até ao final de Maio, vai ter mais 18 paragens: Coimbra, Almada, Porto, Setúbal, Alverca do Ribatejo, Penafiel, Moscavide, Aveiro, Viseu, Abrantes, Beja, Caldas da Rainha, Évora, Tomar, Loulé, Funchal, Angra do Heroísmo e Graciosa.

 

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