Novo filme de Rodrigo Areias compete no Festival de Roterdão

O Pior Homem de Londres é o único filme português a concurso no festival que começa a 25 de Janeiro. Tiago Guedes, Diogo Costa Amarante ou Duarte Coimbra são outras presenças nacionais.

filmes,cultura,rodrigo-areias,cinema-portugues,cinema,culturaipsilon,
Fotogaleria
O novo filme de Paulo Branco, conta a sinopse, é um "retrato do mundo dos pré-rafaelitas, na era vitoriana" Leopardo Filmes
filmes,cultura,rodrigo-areias,cinema-portugues,cinema,culturaipsilon,
Fotogaleria
A Irmandade Pré-Rafaelita foi um influente grupo de pintores ingleses constituído em meados do século XIX Leopardo Filmes
filmes,cultura,rodrigo-areias,cinema-portugues,cinema,culturaipsilon,
Fotogaleria
O Pior Homem de Londres é uma produção da Leopardo Filmes de Paulo Branco Leopardo Filmes
Ouça este artigo
00:00
04:31

O Pior Homem de Londres, a nova longa-metragem de Rodrigo Areias, estará a concurso na edição de 2024 do Festival de Roterdão, que decorre de 25 de Janeiro a 4 de Fevereiro próximos. Esta produção de Paulo Branco, com Albano Jerónimo no papel principal, será apresentada na competição Big Screen, pela qual já passaram Mosquito, de João Nuno Pinto, ou Não Sou Nada, de Edgar Pêra.

Trata-se de um dos 12 filmes escalados para este concurso, dedicado a títulos com potencial apelo popular e cujo palmarés é deliberado pelo público, a par de Relato de um Certo Oriente, do brasileiro Marcelo Gomes (Joaquim), baseado no livro homónimo de Milton Hatoum, ou Confidenza, do italiano Daniele Luchetti (A Felicidade das Pequenas Coisas).

A quarta longa-metragem de ficção de Rodrigo Areias, depois de Tebas, Estrada de Palha e Surdina, baseia-se num argumento original de Eduardo Brito (A Sibila). Tem como pano de fundo a Londres do século XIX e inspira-se na figura de Charles Augustus Howell, um homem nascido no Porto e encontrado morto em circunstâncias estranhas em Londres em 1890. Howell foi agente de Dante Gabriel Rossetti, um dos fundadores da Irmandade Pré-Rafaelita, corrente revivalista romântica influenciada pela pintura anterior ao Renascimento, da qual fizeram igualmente parte John Everett Millais ou, mais tarde, Edward Burne-Jones.

Além de Albano Jerónimo integram o elenco desta co-produção que junta Leopardo Filmes, Alfama Films, APM Produções e Viva Devagar os actores Victoria Guerra, Edgar Morais, Edward Ashley, Carmen Chaplin, Christian Vadim e Jean-François Balmer. A estreia portuguesa está já agendada para 8 de Fevereiro.

O filme de Rodrigo Areias não será a única presença nacional no festival, embora seja o único título exclusivamente português a concurso. Entre os 14 títulos da competição principal, a Tiger Competition, estará Praia Formosa, de Julia de Simone, co-produção brasileira que envolve a portuguesa Uma Pedra no Sapato. Uma outra co-produção com o Brasil, esta envolvendo a Ukbar Filmes, passará fora de concurso — Greice, do brasileiro radicado em Portugal Leonardo Mouramateus (António Um Dois Três), surge na paralela Harbour.

Foto
Greice, de Leonardo Mouramateus DR

É também nesta secção paralela que terá a sua estreia mundial Estamos no Ar, a primeira longa-metragem de Diogo Costa Amarante, que venceu o Urso de Ouro das curtas-metragens do Festival de Berlim por Cidade Pequena, e que aqui junta Carloto Cotta, Anabela Moreira e Sandra Faleiro numa produção O Verde do Jardim. Juntam-se-lhe Diálogos Depois do Fim: Cinco Encontros, em que Tiago Guedes adapta cinco dos Diálogos com Leucó de Cesare Pavese, num projecto que se desdobra entre esta longa-metragem com estreia já agendada para Março e uma série televisiva de 19 episódios (produção APM e Alfama Films); Nome, do cineasta guineense Sana Na n’Hada (co-produção LX Filmes com França, Angola e Guiné-Bissau); e Mário, biografia do pensador e político angolano Mário Pinto de Andrade por um dos nomes maiores do movimento L. A. Rebellion, Billy Woodberry (co-produção da portuguesa Divina Comédia com a França, em estreia mundial).

O mesmo Woodberry será um dos membros do júri da Tiger Competition, enquanto a portuguesa Mónica Lima será jurada do concurso de curtas Tiger Short, que venceu no ano passado com Natureza Humana. Nenhum título português concorre este ano nessa divisão, mas serão exibidos, fora de concurso, O Filme Feliz :), de Duarte Coimbra, mostrado no Curtas Vila do Conde (Uma Pedra no Sapato), On Plains of Larger River & Woodlands, de Miguel de Jesus (Bam Bam Cinema, estreia mundial), e À Tona d'Água, de Alexander David (cuja primeira longa, A Primeira Idade, teve estreia em Roterdão na edição de 2023).

Estamos no Ar, de Diogo Costa Amarante DR
À Tona d'Água, de Alexander David dr
Fotogaleria
Estamos no Ar, de Diogo Costa Amarante DR

Já a secção paralela Cinema Regained contará com a estreia da cópia restaurada de Aparelho Voador a Baixa Altitude, a adaptação do conto de J. G. Ballard que Solveig Nordlund rodou em 2001 com Margarida Marinho e Miguel Guilherme, feita no âmbito do programa FILMar, e exibirá igualmente o documentário de Jorge de Carvalho sobre o cineasta cubano Luis Ospina, Ospina Cali Colombia, que teve estreia no Doclisboa.

A edição 2024 do Festival de Roterdão mostrará ainda novos filmes do veterano alemão Alexander Kluge (Cosmic Miniatures, inteiramente recorrendo à inteligência artificial); de um dos grandes nomes do cinema de Hong Kong, Ann Hui (Elegies); da francesa Anne Fontaine (Boléro, biografia do compositor Maurice Ravel, com Raphael Personnaz e Jeanne Balibar); e do singapurense Daniel Hui (Small Hours of the Night). O prémio Robby Müller, atribuído em honra do director de fotografia neerlandês que trabalhou com Wim Wenders ou Jim Jarmusch, caberá este ano ao belga Grimm Vandekerckhove, responsável pela fotografia de Here e Ghost Tropic, de Bas Devos.

Sugerir correcção
Comentar