Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo premiado pela Guilda dos Realizadores na corrida para os Óscares

Aftersun, Vulcão: Uma História de Amor e as séries Barry, Euphoria e Station Eleven foram os outros vencedores na madrugada deste domingo.

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Daniel Kwan e Daniel Scheinert Reuters/MARIO ANZUONI
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A realizadora Sara Dosa Reuters/MARIO ANZUONI
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Sam Levinson Reuters/MARIO ANZUONI

Daniel Kwan e Daniel Scheinert foram os vencedores do prémio de Melhor Realização por Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo, entregue na madrugada deste domingo em Los Angeles pela Guilda dos Realizadores norte-americanos. Também Charlotte Wells, realizadora estreante em Aftersun, e Sara Dosa, documentarista de Vulcão: Uma História de Amor, foram distinguidas nesta antecâmara para os Óscares. Na televisão, prémios para Sam Levinson por um episódio de Euphoria na categoria de drama e para Bill Hader pelo capítulo 71ON de Barry.

Numa cerimónia transmitida apenas em streaming e com o realizador Judd Apatow como anfitrião (posição que ocupou pela quarta vez nestes prémios entregues pelo sindicato dos realizadores norte-americanos), abriu-se mais um envelope na antecâmara para os Óscares. É um barómetro relativo, visto que se só os realizadores membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood votam para a selecção dos cinco nomeados de cada ano — que em 2023 são todos homens, tal como eram nos prémios da DGA, sigla no inglês original da Guilda dos Realizadores —, todos os membros da Academia podem submeter a sua escolha para qualquer categoria.

Ainda assim, é um sinal mediático para o filme mais nomeado para os Óscares, que com 11 menções e a admiração do público e da crítica, compete ao lado de nomes como Steven Spielberg e títulos como Tár, de Todd Field, ou Top Gun: Maverick. E não só: nos últimos 20 anos, 17 dos vencedores na cerimónia da DGA saíram depois com o Óscar na mão.

Os homens da noite foram então os dois Daniel, Kwan e Scheinert, autores de um filme de realidades e tempos fracturados protagonizado por Michelle Yeoh (a primeira actriz de origem asiática nomeada para o Óscar de Melhor Actriz). “Este tem sido um ano incrível para o nosso pequeno filme que, sabe-se lá como, continua a fazer o seu caminho”, disse Kwan ao aceitar o prémio. Agradecendo a Yeoh e ao estúdio A24, marca cada vez mais relevante de um certo cinema norte-americano situado entre o independente e o adulto (ou seja, não só autoral mas também não blockbuster), Kwan notou: “Filmes como estes muitas vezes não conseguem uma rampa de lançamento e vocês são o estúdio mais doido e arranjam sempre forma de arriscar em filmes como o nosso.”

Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo está actualmente disponível no serviço vídeo on demand TVCine+ em Portugal, tendo também sido recentemente exibido pelos canais temáticos.

Vulcão: Uma História de Amor, o documentário da National Geographic sobre o casal de vulcanólogos Katia e Maurice Krafft, encontra-se na plataforma de streaming Disney+ e está também nomeado para o Óscar de Melhor Documentário. Um testemunho da vida e morte dos Krafft, apaixonados por vulcões e fervorosos documentalistas do seu trabalho, deu a Sara Dosa o prémio dos seus pares. “Katia e Maurice morreram literalmente pelos seus filmes. Vulcão: Uma História de Amor não é sobre as suas mortes, é sobre como viveram para o seu amor e para os vulcões”, disse a realizadora.

A outra mulher da noite foi Charlotte Wells, cuja longa-metragem de estreia Aftersun (que deu ao protagonista Paul Mescal uma nomeação para Óscar de Melhor Actor) foi reconhecida pelos realizadores americanos como a melhor direcção de um primeiro filme. Aftersun estreou-se a 26 de Janeiro em Portugal e está em exibição em Lisboa, Porto e Setúbal.

Na televisão, em destaque ficaram Bill Hader, o actor-realizador cuja comédia de algum negrume lhe deu o prémio pela direcção do episódio 71ON, Helen Shaver pelo episódio Who’s There? da série limitada Station Eleven e Sam Levinson pelo episódio Stand Still Like the Hummingbird de Euphoria — todas as séries são da HBO e estão disponíveis em Portugal na plataforma de streaming HBO Max.

Na noite deste domingo, em Londres, são entregues os prémios britânicos BAFTA, que também partilham muitos nomeados com os Óscares, essa meta da temporada anual de prémios do cinema. Nestes, o mais nomeado (14) é o filme Netflix A Oeste Nada de Novo, do alemão Edward Berger, seguindo-se (na pura aritmética) as dez nomeações da Academia Britânica das Artes de Cinema e Televisão (BAFTA na sigla original em inglês) para Os Espíritos de Inisherin, de Martin McDonagh, Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo, Elvis, de Baz Luhrmann, e Tár, de Todd Field. Daniel Kwan e Daniel Scheinert estão também nomeados para o prémio de Melhor Realização.

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