Greve de professores prossegue em Aveiro: há “escolas fechadas por todo o lado”

Fenprof queixa-se de que Governo continua sem enviar documento orientador para as negociações desta semana. Protestos continuam noutras cidades.

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A greve de professores por distritos prossegue em Aveiro, com uma concentração na Praça Melo Freitas José Coelho/Lusa
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A greve de professores por distritos prossegue em Aveiro, com uma concentração na Praça Melo Freitas José Coelho/Lusa
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A greve de professores por distritos prossegue em Aveiro, com uma concentração na Praça Melo Freitas José Coelho/Lusa
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A greve de professores por distritos prossegue em Aveiro, com uma concentração na Praça Melo Freitas José Coelho/Lusa

A greve de professores por distritos prossegue nesta terça-feira em Aveiro, com uma concentração na Praça Melo Freitas. Em declarações aos jornalistas, o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, estimou que a adesão à greve “estará na ordem dos 90%” naquele distrito. A greve foi convocada por uma plataforma de oito organizações sindicais, entre as quais, está a Fenprof e o Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE).

Depois de no primeiro de 18 dias de greve previstos a paralisação ter registado em Lisboa uma adesão superior a 90%, foi a vez de Aveiro iniciar a greve. “O ataque que neste momento existe é aos professores, à profissão de professor. Penso que no distrito de Aveiro esta é, senão a maior, uma das maiores concentrações de professores de sempre. São professores que estão aqui vindos de todo o distrito. A [adesão à] greve estará na ordem dos 90%, como ontem. [Há] escolas fechadas por todo o lado”​, sublinhou o sindicalista.

Em declarações ao PÚBLICO, Mário Nogueira adiantou que todos os agrupamentos de escolas de Ovar fecharam. “São agrupamentos inteiros encerrados. É uma lista enorme”, disse.

“Acho extraordinário que num dia com uma chuva destas, uma ventania destas e um frio destes ter aqui tantos professores. É um orgulho ser sindicalista dos professores”, congratulou-se ainda.

O secretário-geral da Fenprof notou também que as organizações sindicais continuam sem ter recebido ainda qualquer documento do Ministério da Educação (ME) com a proposta sobre o que vai estar em cima da mesa de negociações desta semana. As primeiras reuniões realizam-se já nesta quarta-feira e prosseguem na sexta-feira.

Ao PÚBLICO, Mário Nogueira adiantou ainda que a organização sindical que coordena não recebeu resposta ao pedido de reunião entre sindicatos e Governo numa mesa única.

Protestos em mais cidades

Aveiro é o distrito que segue nesta terça-feira na lista de greves por distrito, mas há outras paralisações a ocorrer no resto do país, já que existem diferentes pré-avisos de greves lançados por diversos sindicatos. Na Amadora, por exemplo, há aulas no Agrupamento Dr. Azevedo Neves, mas houve greve ao primeiro tempo, noticiou a RTP. Também se registou um protesto no Agrupamento de Escolas de Vialonga, em Vila Franca de Xira, que incluiu docentes, funcionários e alunos, segundo a SIC Notícias.

A norte, na escola Dr. Costa Matos, em Vila Nova de Gaia, também houve protestos de professores e funcionários, que se concentraram à entrada daquele estabelecimento durante a manhã. Ao PÚBLICO, o director da escola, Filinto Lima, confirmou que a greve obrigou ao encerramento da escola pela falta de auxiliares.

O PÚBLICO questionou o Governo quanto aos dois assuntos, no sentido de perceber se será enviada alguma resposta ao pedido da Fenprof ou documento orientador para as negociações, mas ainda não obteve resposta.

Sobre o tema, Mário Nogueira referiu, mais uma vez, em declarações aos jornalistas, que, “se o Governo estivesse disposto a negociar com seriedade, teria, em primeiro lugar, enviado os documentos que vão estar em discussão em vez de estar a mandar umas bocas pela comunicação social”.

“O Ministério da Educação e o primeiro-ministro têm vindo a fazer afirmações daquilo que não vai acontecer, como se algum dia estivesse para acontecer. É preciso que sejam sérios. E seriedade é ir para as negociações com posições que vão ao encontro daquilo de que depende a profissão, a escola pública e a educação. É preciso que o Governo tenha a consciência de que cada vez há menos professores qualificados nas escolas públicas”, frisou.

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