Lota d’Ávila: na nova marisqueira das Avenidas Novas há “vários mundos a acontecer”

Vasco Lello está à frente do novo projecto do grupo proprietário do Ofício: uma marisqueira onde há lugar para o clássico e para a criatividade do chef.

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A barra, à entrada do Lota d'Ávila, onde se pode comer marisco Luis Ferraz
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Amêijoas à Bulhão Pato Luis Ferraz
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Paella de choco Luis Ferraz

Quem passar na rua, pode ficar na dúvida: será uma peixaria? A provocação é mesmo essa. A nova marisqueira Lota d’Ávila, que abriu portas a 21 de Novembro, parece, neste primeiro espaço de entrada, uma lota, com caixas de marisco em cima do gelo e funcionários de aventais e galochas de borracha.

Mas estamos só no início. O restaurante estende-se depois para o interior e, passando um corredor de ligação que percorremos vendo o que se passa na cozinha, o ambiente muda e chegamos a uma sala ampla, cheia de luz e com as almofadas às riscas brancas e azuis a transportar-nos da lota para a praia ou para o interior de um barco de recreio. De caminho, temos os babetes bordados com as palavras “capitão” e “capitã” para quem quiser proteger a roupa da mariscada ou da caldeirada.

O Lota d’Ávila, na Av. Duque de Ávila, no centro de Lisboa, é o mais recente projecto do grupo Paradigma, o mesmo do Ofício, no Chiado, e tem ao comando o chef Vasco Lello, que promete manter aqui “vários mundos a acontecer”, desde a lota de entrada, onde, na barra, se podem comer umas ostras, uns camarões ou outro marisco, até à mariscada mais (ou menos) tradicional, passando por propostas mais criativas, como o carapau fumado com burrata e óleo de funcho.

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Diariamente chega peixe fresco ao restaurante Luis Ferraz

Vindo do Sea Me, onde trabalhava também em torno do peixe e do marisco, Vasco Lello traz uma enorme experiência que quer aprofundar no Lota d’Ávila. “Isto representa um salto de crescimento para mim, mesmo já tendo experiência anterior deste universo. Aqui tenho mais liberdade para experimentar técnicas diferentes. Há uma liberdade criativa de que gosto. Não há muitos limites, e isso é bom.”

Para dar uma ideia dessa variedade – que, garante, vai continuar a aumentar nos próximos meses, com a carta a crescer e a tornar-se mais diversificada –, apresenta um couvert com manteiga dos Açores e paté de fígado de tamboril, seguido por umas ostras de Aveiro, algumas ao natural, outras com dashi, puré de aipo, ovas de salmão e cebolinho, e a seguir um dos petiscos que tem a certeza de que vai tornar-se incontornável, os croquetes de sapateira com molho tártaro.

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O chef Vasco Lello Luis Ferraz

Os pratos iniciais podem ir de um delicado lírio fumado com laranja do Algarve e amêndoa a um mais robusto choco frito com maionese de sésamo preto e lima, para depois passarmos a uma paelha de choco, polvo e lula (existe também a paella de lavagante) e, no final, a uma caldeirada que se recomenda sempre que estiver na carta.

Há peixes frescos do dia que podem ser cozidos, grelhados ou ao sal, acompanhados por batata assada e legumes grelhados, assim como os mariscos, que vemos logo na “lota” e que podem também ser cozidos ou grelhados. No futuro, a carta poderá apresentar açordas, filetes de pescada, carapaus fritos com xerém e tudo o mais que Vasco se lembrar de fazer com o marisco e o peixe que chegam diariamente.

Para já, outra possibilidade são as mariscadas do chef, com selecções de mariscos feitas pelo próprio – a Maré Baixa, a Maré Alta e a Fora da Caixa. Quem preferir carne tem duas opções, do mais simples prego do lombo com chips a uma paella da terra com cabrito assado.

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A sala principal do Lota d´Ávila Luis Ferraz

Em maré de experiências, Vasco Lello dedicou-se também a criar as sobremesas, o que, confessa, significou afastar-se bastante da sua zona de conforto. “Nunca tinha investido muito na parte das sobremesas e senti-me num aperto. Fui reaprender.” Os resultados são promissores, e a escolher uma, a nossa sugestão é a rabanada de brioche com gelado de tomilho, que Vasco foi trabalhando até conseguir a consistência que procurava.

O objectivo é que o Lota d’Ávila seja um espaço descontraído, onde as famílias podem ir com crianças mais pequenas que têm uma zona própria para brincar. Até porque, nota Vasco Lello, os restaurantes das Avenidas Novas têm uma clientela de moradores locais, mais do que noutras partes mais turísticas da cidade, pelo que espera que os portugueses venham em força à lota.

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