Alma Viva, filme de Cristèle Alves Meira nomeado para os Óscares, chega às salas portuguesas

O filme da realizadora luso-francesa vai ser exibido em 30 salas de cinema de norte a sul do país, a partir de quinta-feira. A antestreia tem lugar este sábado na Cinemateca.

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Salomé, a protagonista de Alma Viva DR

Alma Viva, filme da realizadora luso-francesa Cristèle Alves Meira e candidato de Portugal aos Óscares de 2023, estreia-se na próxima quinta-feira nas salas de cinema portuguesas, depois de ter sido apresentado em primeira mão na Semana da Crítica do Festival de Cannes.

A produtora e distribuidora Midas Filmes anunciou que o filme vai ser exibido em 30 salas de cinema de norte a sul do país, em cidades como Lisboa, Porto, Braga, Aveiro, Coimbra, Viseu, Leiria, Fundão ou Tavira. A antestreia tem lugar este sábado, às 21h30, na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa. Estão ainda previstas sessões antecipadas em Vimioso, concelho onde o filme foi rodado, Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Viana do Castelo e Porto. A sessão na Cinemateca é precedida, às 19h, por uma mostra de quatro curtas-metragens da autora de 39 anos: Sol Branco, Campo de Víboras, Invisível Herói e Tchau Tchau.

Alma Viva é a primeira longa-metragem de Cristèle Alves Meira. Desenrola-se dentro um microcosmo sobre laços familiares, emigração, misticismo e cultura transmontana. Foi integralmente rodado em Junqueira, concelho de Vimioso, berço da mãe da realizadora, e com um elenco maioritariamente composto por actores e actrizes não profissionais da aldeia.

Inspirada por “histórias poderosas e misteriosas” que ouvia na sua infância “ao pé da lareira”, Alma Viva centra-se em Salomé, uma menina, filha de emigrantes portugueses em França, que passa o Verão numa aldeia com a avó, com quem tem uma forte ligação afectiva e espiritual. Salomé irá testemunhar a morte da avó e suspeita que esta foi envenenada por bruxaria por outra mulher da aldeia. Enquanto a família organiza o funeral, Salomé acredita que está acompanhada pelo espírito da avó e tenta vingar a sua morte.​

“Estas histórias são quase como a memória arcaica de Portugal, a matriz da nossa cultura. Eu queria voltar a essas tradições e contar essas histórias no cinema, para estar nessa transmissão de cultura”, explicou Cristèle Alves Meira à agência Lusa nas vésperas da estreia mundial do filme na Semana da Crítica do Festival de Cannes. Alma Viva acaba por ser também um retrato da emigração portuguesa, dos que ficam e dos que partem, e dos contextos sociais e económicos dessas movimentações.

Após a passagem pelo Festival de Cannes, o filme foi distinguido com vários prémios, entre eles o Prémio Pilar Miró para Melhor Novo Realizador, atribuído na Semana Internacional de Cinema de Valladolid, em Espanha.

Em Setembro, a Academia Portuguesa de Cinema escolheu-o para concorrer a uma nomeação para o Óscar de Melhor Filme Internacional, em 2023. Os membros da academia tinham outros quatro filmes a votação para representar Portugal em Los Angeles: Lobo e Cão, de Cláudia Varejão, Mal Viver, de João Canijo, Restos do Vento, de Tiago Guedes, e Salgueiro Maia - O Implicado, de Sérgio Graciano. A 95.ª edição dos Óscares está marcada para 12 de Março.

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