Telescópio James Webb chega ao seu destino na órbita solar a 1,5 milhões de quilómetros da Terra

O James Webb Space Telescope, o maior e mais poderoso telescópio espacial do mundo, desenvolvido pela agência espacial norte-americana NASA, poderá observar as primeiras galáxias, formadas “apenas” 200 milhões de anos após o princípio do Universo.

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Ilustração do telescópio espacial James Webb no espaço NASA/TWITTER

O telescópio espacial James Webb chegou ao seu destino esta segunda-feira na órbita solar, a 1,5 milhões de quilómetros de distância da Terra, um mês após o seu lançamento.

O James Webb Space Telescope (JWST), o maior e mais poderoso telescópio espacial do mundo, desenvolvido pela agência espacial norte-americana NASA, orbitará o Sol no que é chamado de segundo ponto de Lagrange, ou L2. A partir desta posição, poderá observar as primeiras galáxias, formadas “apenas” 200 milhões de anos após o princípio do Universo.

O JWST utilizou os propulsores do foguetão, durante quase cinco minutos, para entrar na posição orbital definitiva, ao redor do Sol, no local previamente designado, revelou a NASA. O espelho principal do telescópio, com um diâmetro de 6,5 metros, ainda precisa de ser meticulosamente alinhado, noticia a agência Associated Press.

Também os detectores de infravermelhos e os instrumentos científicos têm de ser arrefecidos e calibrados, antes que as observações se iniciem, em Junho.

A equipa de controladores terrestres, em Baltimore, aplaudiu assim que foi alcançado mais um sucesso na missão. "Estamos um passo mais perto de descobrir os mistérios do Universo. E mal posso esperar para ver as primeiras novas visões do Universo neste Verão”, sublinhou, em comunicado, o administrador da NASA, Bill Nelson.

Este observatório espacial, avaliado em cerca de 10.000 milhões de dólares (cerca de 8800 milhões de euros), foi lançado a 25 de Dezembro.

O novo telescópio, que começou a ser desenvolvido há mais de 30 anos, resulta de uma parceria entre a ESA e as congéneres norte-americana (NASA), líder do projecto, e canadiana (CSA).

O envio do James Webb para o espaço foi sucessivamente adiado, ano após ano.

Engenheiros do ISQ - Instituto de Soldadura e Qualidade estão envolvidos na segurança das operações de lançamento e a astrónoma portuguesa Catarina Alves de Oliveira, que trabalha no Centro de Operações Científicas da Agência Espacial Europeia (ESA), em Espanha, é responsável pela calibração de um dos instrumentos do Webb.

Os astrónomos esperam com o telescópio, que deve o seu nome a um antigo dirigente da NASA, obter mais dados sobre os primórdios do Universo, incluindo o nascimento das primeiras galáxias e estrelas.

O James Webb permitirá captar a luz ténue de corpos celestes ainda mais distantes, de há 13,5 mil milhões de anos, quando o Universo era bastante jovem (a idade estimada do Universo pela teoria do Big Bang é 13,8 mil milhões de anos).

O novo telescópio é apontado como o sucessor do Hubble, em órbita há 31 anos, a 570 quilómetros da Terra.

Dada a distância a que estará da Terra, o Webb não poderá ser reparado em órbita, ao contrário do Hubble, pelo que a sua “esperança de vida” é curta, de cinco a dez anos.

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