Parada verdadeiramente faraónica atraiu centenas de milhares de espectadores ao Cairo

O Desfile Dourado dos Faraós fez este sábado a trasladação das múmias de 22 reis e rainhas milenares do velho Museu Egípcio para o novo Museu Nacional da Civilização Egípcia.

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Se alguma vez a expressão “cortejo faraónico” fez sentido, esse dia aconteceu este sábado, ao final da tarde, no Cairo, com centenas de milhares de egípcios (e também muitos turistas) a acompanharem, ao longo de cinco quilómetros, o grande Desfile Dourado dos Faraós. Entre o centenário Museu Egípcio de paredes cor de tijolo na Praça de Tahrir e o novo Museu Nacional da Civilização Egípcia, em vias de ser inaugurado no sul da capital do país, houve mesmo um desfile faraónico, com as múmias de 18 reis e quatro rainhas entre a 17.ª e a 20.ª dinastias (do século XVI ao século III a.C.) a serem trasladadas para a sua nova morada no bairro copta do Cairo.

Ao longo de horas, e com uma encenação cuidada ao pormenor, que incluiu especiais regras de segurança, e também uma atenção extrema no acondicionamento e no transporte dos restos mortais milenares dos faraós, o cortejo foi também seguido por milhões de espectadores em todo o mundo, já que foi transmitido em directo por três centenas de canais de televisão.

“O Ministério do Turismo e Antiguidades fez o possível para garantir que as múmias fossem estabilizadas, conservadas e embaladas num ambiente climatizado”, disse Salima Ikram, professora de egiptologia da Universidade Americana no Cairo, citada pela BBC.

Depois de várias voltas ao obelisco de Ramsés II na Praça Tahrir, o cortejo seguiu para o novo destino, com um alinhamento cronológico encabeçado pelo faraó Seqenenre Taa e concluído por Ramsés IX. Entre ambos, pontuavam figuras (as múmias, que, como dissera à AFP, na véspera, o prestigiado arqueólogo e egiptólogo Zahi Hawass, pela primeira vez eram “apresentadas de um modo bonito, com fins educativos”) como as do já citado Ramsés II, o faraó mais famoso da sua dinastia e que governou no século XIII a.C., o seu pai Seti I, ou as rainhas Hatshepsut e Nefertari.

Depois de cerca de um século no velho Museu Egípcio no centro da capital – depois de a maioria deles terem sido descobertos no final do século XIX em Luxor, a sul do país –, os faraós vão agora repousar no novo Museu Nacional da Civilização Egípcia. E, a partir do próximo dia 18 de Abril, vão estar abertos ao público, e em especial aos turistas, que o Egipto quer voltar a conquistar, não só após a crise da pandemia da covid-19 (que este país de cem milhões de habitantes parece estar a superar bem melhor do que muitos outros), mas também depois da instabilidade política e social que sucedeu à revolta popular de 2011.

O próximo passo neste programa “faraónico” será a abertura, em 2022, do Grande Museu Egípcio (que acolherá, por sua vez, o túmulo de Tutankhamon), construído no alinhamento com as Grandes Pirâmides de Gizé, apresentado já como “o maior museu do mundo”, e cujo concurso, lançado há quase duas décadas, foi ganho pela dupla de arquitectos sino-irlandesa Shih-Fu Peng e Róisín Heneghan.

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