A construtora brasileira Odebrecht foi condenada a pagar 2600 milhões de dólares (cerca de 2400 milhões de euros ao câmbio actual) em multas relacionadas com o escândalo gerado pela operação Lava Jato, por sentença proferida esta segunda-feira, 17 de Abril, por Raymond Dearie, juiz dos EUA.

O acórdão decorre do acordo entre a empresa e autoridades brasileiras, norte-americanas e suíças, noticia a Reuters.

Segundo avança a agência noticiosa, o juiz distrital Raymond Dearie determinou, em audiência no tribunal federal de Brooklyn, que do total que a Odebrecht terá de pagar, um valor de 2390 milhões de dólares destinam-se ao Brasil, 116 milhões de dólares à Suíça e cerca de 93 milhões de dólares ficarão nos EUA.

Contactados pela Reuters, os representantes da Odebrecht no Brasil ainda não comentaram a sentença. A agência adianta que William Burck, advogado do grupo construtor brasileiro nos EUA, recusou-se a falar após a audiência.

Em Dezembro passado, a Odebrecht e a sua filial petroquímica Braskem deram-se como culpadas das acusações de corrupção de que eram alvo nos Estados Unidos da América.

Na altura, a justiça norte-americana acusava a Odebrecht de ter pago cerca de 788 milhões de dólares em subornos a representantes governamentais de 12 países, a maior parte na América Latina, para obter contractos de empreitadas de obras. Algumas destes montantes circularam em bancos dos EUA, defenderam os procuradores norte-americanos.

A condenação desta segunda-feira é conhecida, numa altura em que Odebrecht tenta negociar acordos com outros países, em que se inclui Portugal. Mas não só: o rasto do dinheiro do grupo construtor estende-se à Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru, República Dominicana, Venezuela e Panamá.