BCE mantém taxa de juro de referência em mínimo histórico

Taxa dos depósitos do BCE continua em -0,3%. Banco central procura estimular os bancos da zona euro a colocarem mais dinheiro na economia.

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A compra de dívida do BCE vai durar, pelo menos, até Março de 2017 ALKIS KONSTANTINIDIS/Reuters

A taxa de juro do Banco Central Europeu (BCE) vão continuar em mínimos históricos. O conselho de governadores da autoridade bancária da zona euro decidiu nesta quinta-feira manter inalterada a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de depósitodos em -0,3%, depois de a ter reduzido em Dezembro em dez pontos base.

A decisão já era esperada nos mercados. Com a taxa negativa, o BCE procura estimular os bancos da zona euro a colocarem mais dinheiro na economia, não deixando as reservas acumularem-se no banco central.

A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento também não sofreu alterações, mantendo-se em 0,05%. Da mesma forma, a taxa relativa à cedência de liquidez continua em 0,3%.

Depois de o BCE ter anunciado no mês passado a extensão do programa de compra de activos financeiros até, pelo menos, Março de 2017, a um ritmo de 60 mil milhões de euros por mês, os investidores não estão à espera que sejam anunciadas novas medidas.

O presidente do BCE, Mario Draghi, fala ao início da tarde em Frankfurt sobre as decisões de política monetária e, mais do que estar à espera de serem anunciados novos estímulos, a atenção estará centrada no que dirá o presidente do BCE sobre o ambiente negativo nos mercados mundiais, que levou com alguns sinais de desconfiança a reflectir-se numa subida das taxas de juro da dívida.

Em Dezembro, Draghi deixou em aberto a possibilidade de manter o programa de compra de dívida “até mais tarde se necessário, e, em qualquer caso, até que o Conselho do BCE considere que se verifica um ajustamento sustentado da trajectória de inflação, compatível com o objectivo de obter taxas de inflação abaixo, mas próximo, de 2%”.

Em vez de o programa de aquisição de activos durar, pelo menos, até Setembro de 2016, é certo que se vai prolongar, pelo menos, por mais seis meses, o que faz com que o valor mínimo da compra de dívida suba de 1080 mil milhões de euros para 1440 mil milhões.

O BCE anunciou ainda que, à medida que os títulos de compra de dívida atinjam o prazo de vencimento, vão ser reinvestidos pelo BCE “enquanto for necessário”. O objectivo é “criar condições de liquidez favoráveis, como para uma orientação da política monetária adequada”, disse então Mario Draghi.

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