Comissão Europeia vai fazer testes de stress aos sistemas de pensões

Tema das pensões estará em cima da mesa ao longo do próximo ano.

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Em Portugal, os cuidadores são maioritariamente mulheres de meia-idade Dário Cruz

Os ministros das Finanças dos países do euro continuam preocupados com o impacto da despesa com pensões na sustentabilidade orçamental e pediram à Comissão Europeia (CE) para identificar os principais pontos de stress dos sistemas. As pensões foram um dos temas abordados na reunião do Eurogrupo desta segunda-feira - a primeira em que participou o ministro das Finanças português, Mário Centeno – e voltará a ser colocado em cima da mesa no decorrer do próximo ano.

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, alertou que a despesa com pensões continua a ser “um dos principais desafios para a sustentabilidade [orçamental] no longo prazo” e que é um assunto no topo da agenda de muitos Estados-membros, alguns dos quais têm levado a cabo reformas consideráveis.

“Pedimos à Comissão Europeia para avançar com cenários de sustentabilidade e cenários mais pessimistas, para identificar os pontos de stress dos nossos sistemas de pensões”, anunciou, acrescentando que foi também solicitado ao grupo de trabalho do Eurogrupo que se foque na possibilidade de se efectuar uma análise comparativa das reformas já efectuadas.

O Ageing Report, divulgado pela CE no início do ano mostra que, no caso de Portugal, o sistema de pensões está pressionado pelo envelhecimento populacional, pela redução da população activa e pelas dificuldades da economia. Em consequência disso, quem se reformar de 2025 em diante, terá de viver com uma pensão que corresponderá a menos de metade do salário que recebia quando estava no activo.

O Governo português liderado por António Costa não se compromete com uma reforma da Segurança Social. No seu programa, o PS propõe-se rever o factor de sustentabilidade (que passou a determinar a idade da reforma), sem precisar em que sentido, mas todas as questões relacionadas com a diversificação das fontes de financiamento foram remetidas para a negociação em concertação social.

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