Lente desenhada por português melhora visão após cirurgia às cataratas

Esta lente de acrílico melhora a visão a média e longa distância nas pessoas operadas às cataratas – a lente é injectada durante a cirurgia. O produto já está à venda em três continentes.

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A lente que corrige a "vista cansada" foi criada pelo investigador Miguel Faria Ribeiro Universidade do Minho
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Miguel Faria Ribeiro, professor da Escola de Ciências da Universidade do Minho, desenhou uma lente intra-ocular que melhora a visão após uma operação às cataratas, anunciou esta sexta-feira a instituição.

Em comunicado, a Universidade do Minho refere que a lente permite uma clareza de visão a partir dos 50 centímetros de distância. “A lente está a ter muito bons resultados. Os pacientes conseguem atingir uma boa acuidade visual ao longe e intermédia, sendo que grande parte deles não necessita de usar óculos até para algumas tarefas de visão ao perto, como ler o jornal”, diz o investigador do Centro de Física da Universidade do Minho Miguel Faria Ribeiro.

O cientista acrescenta que a lente foi implantada com sucesso em várias dezenas de pacientes, durante a fase de regulamentação, e os primeiros resultados clínicos foram apresentados nas últimas conferências da Sociedade Europeia de Cataratas e Cirurgia Refractiva, em Viena (Áustria) e Frankfurt (Alemanha).

Segundo o comunicado, esta nova lente intra-ocular promete uma melhoria face às existentes quanto à qualidade visual final percebida pelos pacientes. “Isso deve-se ao baixo nível de fenómenos visuais nocturnos reportados, como halos à volta de áreas luminosas ou a ofuscação momentânea por excesso de luz, típicos das lentes intra-oculares bifocais e trifocais”​, explica Miguel Faria Ribeiro.

O investigador diz ainda que a lente tem “boa tolerância a pequenos erros refractivos residuais”, comuns após a cirurgia do cristalino.

O produto esteve a ser estudado durante mais de um ano, num projecto de investigação em que se desenharam e testaram mais de uma centena de protótipos antes da selecção do desenho final, que culminou com um ensaio clínico realizado na Austrália e Nova Zelândia. Esta lente começou a ser comercializada em Fevereiro, para já na Europa, África e Ásia.

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