Ghislaine Maxwell, “ex” de Jeffrey Epstein, tenta anular condenação por tráfico sexual

Maxwell está detida numa prisão de baixa segurança em Tallahassee, na Florida. De acordo com os termos da sua sentença, pode vir a ser libertada em Julho de 2037.

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Ghislaine Maxwell era o braço direito de Jeffrey Epstein Reuters/Lucas Jackson
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Um advogado de Ghislaine Maxwell vai apresentar, nesta terça-feira, num tribunal de recurso dos Estados Unidos, um pedido de anulação da condenação da socialite britânica por ter ajudado o falecido financeiro Jeffrey Epstein a abusar sexualmente de raparigas adolescentes, o que resultou numa sentença de 20 anos de prisão.

O 2.º Tribunal de Recursos do Circuito dos EUA, em Manhattan, deverá ouvir os argumentos do recurso de Maxwell às 14h locais (18h, em Lisboa) desta segunda-feira, mas não é expectável que o tribunal se pronuncie durante o decurso do dia.

Ghislaine Maxwell, de 62 anos, foi considerada culpada, em Dezembro de 2021, de cinco acusações por ter recrutado e preparado quatro menores de idade para Epstein, outrora seu namorado, com o intuito de ele ter relações sexuais com elas. Os casos ocorreram entre 1994 e 2004.

Epstein morreu em Agosto de 2019, na sua cela numa prisão de Manhattan, pouco mais de um mês depois de ter sido detido e também acusado de tráfico sexual. A morte do financeiro foi declarada como suicídio.

Desde então, as suas vítimas recuperaram centenas de milhões de dólares do seu património e de bancos acusados de gerir transacções que financiaram a sua má conduta sexual.

O escândalo também manchou ou destruiu a reputação de antigos amigos, como o príncipe britânico André, irmão do rei Carlos III, e o antigo director executivo do Barclays, Jes Staley.

Ghislaine Maxwell é filha do falecido magnata britânico dos media Robert Maxwell. No seu recurso, os advogados defendem que os procuradores fizeram dela um bode expiatório porque Epstein estava morto e que a “indignação pública” exigia que os procuradores atribuíssem a culpa a alguém.

Os advogados também alegam que o Governo esperou demasiado tempo para apresentar queixa e que Maxwell estava imune ao abrigo de um acordo de não-acusação celebrado em 2007 entre Epstein e os procuradores federais da Florida.

Para além disso, os advogados de Maxwell afirmam que o julgamento foi manchado pelo facto de um jurado não ter revelado que tinha sido vítima de abuso sexual em criança.

Da parte dos promotores, prevalece a ideia de que o recurso não será bem-sucedido, citando as conclusões da juíza Alison Nathan de que Maxwell causou danos “incalculáveis” às suas vítimas e que uma sentença substancial mostraria às pessoas que abusam sexualmente e traficam vítimas menores de idade que “ninguém está acima da lei”.

Maxwell está detida numa prisão de baixa segurança em Tallahassee, na Florida. Pode vir a ser libertada em Julho de 2037, depois de cumprida a maior parte da pena; nessa altura, a socialite terá 75 anos.

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