Mulheres sobem ao pódio dos Brit Awards, com Raye a somar seis prémios

A cantora e compositora londrina venceu as categorias de Melhor Artista, Melhor Canção e Álbum do Ano, entre outras. SZA foi distinguida como Melhor Artista Internacional.

Foto
Raye DR

A vitória esmagadora de Raye nos Brit Awards de 2024, que decorreram na noite de sábado em Londres, sabe a ajuste de contas. Posta de lado pela sua editora discográfica há três anos, a cantora e compositora britânica venceu em seis categorias dos prémios mais importantes da indústria musical britânica, incluindo as de Melhor Artista, Melhor Canção e Álbum do Ano.

Com uma carreira auto-gerida desde 2022, Raye ultrapassou o anterior recorde de quatro galardões, detido por Harry Styles, Adele e Blur, lembra o jornal britânico The Guardian. Nomeada em sete categorias, a única que não venceu foi a de Melhor Artista Pop, entregue a Dua Lipa. Na categoria de Melhor Artista Britânico/a do Ano, destronou nomes como Dua Lipa, Central Cee, Little Simz, Fred Again, J Hus ou Jessie Ware.

Escapism, single lançado no início de 2023 que viralizou no TikTok e que fez disparar o sucesso da artista londrina, voltou a ser coroado após ter sido a canção que esteve durante mais tempo no topo das tabelas do Reino Unido no ano passado, chegando também a número um nos Estados Unidos.

Já o álbum My 21st Century Blues saiu vitorioso numa lista em que se encontravam pesos-pesados como The Ballad of Darren, dos Blur, ou No Thank You, de Little Simz. Entre a pop, a soul e o R&B, iluminada por nomes como Beyoncé, Amy Winehouse, Jill Scott ou Charli XCX, em My 21st Century Blues Raye debruça-se sobre a toxicidade da indústria musical, o abuso de drogas, a ansiedade e a saúde mental, a hecatombe ecológica em curso e as redes sociais.

Ao receber o prémio principal da noite, o de Álbum do Ano, Raye trouxe a sua avó para o palco, emocionando-se. “Estou a chorar forte e feio em plena televisão nacional”, disse a cantora. “Estou tão orgulhosa deste disco, estou apaixonada pela música – tudo o que sempre quis foi ser artista.”

Raye nunca tinha ganho um prémio Brits anteriormente, mas estas seis vitórias colocam-na taco a taco com Dua Lipa, Harry Styles, David Bowie, Phil Collins e Oasis. O artista mais bem-sucedido na história dos Brits continua a ser Robbie Williams, com 13 prémios, seguido por Adele, com 12.

Esta edição dos Brit Awards foi, de resto, dominada pelas mulheres e pessoas não-binárias. Como aponta o The Guardian, regista-se “uma mudança acentuada em relação aos últimos anos, em que os Brits foram criticados por favorecerem artistas homens”.

Distinguida também nos últimos Grammys, a cantora e compositora americana SZA – uma das artistas mais interessantes no actual cenário de R&B – foi coroada na categoria de Melhor Artista Internacional, derrubando nomes como Taylor Swift, Burna Boy, Lana del Rey, Olivia Rodrigo ou Miley Cyrus, esta última vencedora da Melhor Canção Internacional, com Flowers.

Já as boygenius, super-banda que congrega Phoebe Bridgers, Julien Baker e Lucy Dacus, arrecadaram o prémio de Melhor Grupo Internacional, que somam a três galardões obtidos nos Grammys. Noutras categorias dos Brit Awards, o rapper Casisdead foi considerado o Melhor Artista de Hip-hop/ Rap/ Grime (actua a 15 de Março no Plano B, no Porto) e Kylie Minogue, que encerrou a cerimónia, foi distinguida com o troféu Global Icon (ícone global).

Sugerir correcção
Comentar