Estudantes em protesto pelo clima bloqueiam entrada principal da FLUL

Protestos pelo clima feitos por estudantes pedem o fim dos combustíveis fósseis até 2030. A chamada “Primavera das Ocupas” teve início a 26 de Abril.

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Estudantes da FLUL bloqueiam a entrada principal da faculdade DR/Fim ao Fóssil FLUL

Quase uma dezena de estudantes do movimento “Fim ao Fóssil: Ocupa!” estão desde as 6h da manhã numa acção à entrada da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) em protesto pelo fim dos combustíveis fósseis.

Os estudantes protestam contra a recusa da direcção da faculdade em apoiar o movimento de estudantes pelo clima e divulgar o seu manifesto. Em comunicado, os jovens activistas afirmam que “estão em protesto contra a desresponsabilização da faculdade quanto ao problema da crise climática”. “Não podemos continuar a negar a crise climática e não podemos deixar as instituições continuarem a desresponsabilizarem-se quanto ao problema. É preciso que toda a sociedade se mobilize”, reforçam.

A faculdade continua em funcionamento, mas os activistas montaram uma espécie de tripé a bloquear a entrada principal, com uma faixa sobre as portas de vidro e vários estudantes sentados no chão. A polícia já se encontra à entrada da faculdade, estando os jovens vigiados por vários agentes.

“Não temos tempo para estudar, a nossa casa está a afundar”, lê-se num dos cartazes distribuídos pelos pilares da entrada do edifício. “Gostam do calor? Vem para ficar. Este vai ser o ano mais fresco do resto da tua vida”, alerta outro cartaz.

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Acampamento pelo clima e fim dos combustíveis fósseis na FLUL Maria Abranches

Na quarta-feira, a polícia já tinha sido chamada à FLUL quando um grupo de estudantes, depois de uma reunião com o director da faculdade, Miguel Tamen, se recusou a sair do gabinete enquanto o docente não se comprometesse a divulgar o compromisso de acção que pretende reunir 1500 pessoas no terminal de gás natural do porto de Sines, a 13 de Maio.

Na altura, o finca-pé terminou sem acção da polícia contra os estudantes, quando uma professora da FLUL se ofereceu para apoiar os estudantes na angariação de assinaturas entre a comunidade estudantil, comprometendo-se também a participar na acção em Sines.

A chamada “Primavera das Ocupas” teve início a 26 de Abril, com acampamentos montados nas faculdades de Letras e de Psicologia de Lisboa e vários protestos em escolas e faculdades de Lisboa, Porto, Coimbra e Faro. Os estudantes exigem o fim dos combustíveis fósseis até 2030 e electricidade 100% renovável e acessível para todas as famílias até 2025.

A 2 de Maio, iniciou-se uma nova fase de ocupações, juntando-se ao movimento internacional “​End Fossil: Occupy!”. Os alunos da Escola Artística António Arroio, em Lisboa, conseguiram que as aulas fossem suspensas na terça e na quarta-feira; no Liceu Camões, também em Lisboa, os portões amanheceram trancados pelos alunos na quinta-feira, tendo sido suspensas as aulas presenciais.

Os alunos dizem que só param as ocupações e protestos quando 1500 pessoas se comprometerem a participar numa acção marcada para dia 13 de Maio no terminal de gás natural do porto de Sines. Neste momento, o compromisso de acção contabiliza 170 assinaturas.

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