Cinco dúvidas e uma história sobre o novo aeroporto de Lisboa
Marcelo vai fazer o mesmo que fez Cavaco no passado, dando impulso a uma mudança de localização do novo aeroporto, acrescentando mais um capítulo à longa história que se desenrola há mais de 50 anos?
A saga sobre a construção do novo aeroporto de Lisboa tem mais de 50 anos mas não é preciso recuar tanto na história. Por ora, basta recuarmos um pouco a 2007. Nessa altura, era primeiro-ministro José Sócrates e Presidente da República Aníbal Cavaco Silva. A localização para a construção do novo aeroporto estava decidida, era a Ota (escolha feita em 1999 por um Governo PS e relançada pelo governo de Sócrates). Mas, nessa altura, começa a esboçar-se um movimento de contestação a essa localização na zona norte de Lisboa que levou o próprio Presidente a apelar a um “debate aprofundado”, a receber em Belém a um conjunto de personalidade (entre as quais a CIP) que defendiam a localização daquela infra-estrutura na margem sul do rio Tejo. O governo de Sócrates resiste. O então ministro das Obras Públicas, Mário Lino, chega a dizer que a margem sul era “um deserto” e ficou célebre o seu “jamais, jamais” que tal como o “irrevogável” de Paulo Portas tornaram-se palavras levadas pelo vento sem o mínimo significado. Em Maio de 2008, o Conselho de Ministros haveria de aprovar a localização do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete (local que se manteve até ao Governo de Passos Coelho optar pela base aérea do Montijo, ali perto de Alcochete).
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