Ministro das Obras Públicas: margem Sul é “um deserto” e não serve para o aeroporto

Lino lembrou que várias associações ambientalistas estão também contra a construção do aeroporto a sul do Tejo
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Lino lembrou que várias associações ambientalistas estão também contra a construção do aeroporto a sul do Tejo Carlos Lopes/PÚBLICO (arquivo)
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O ministro das Obras Públicas, Mário Lino, afirmou hoje, no final de um almoço promovido pela Ordem dos Economistas sobre a Ota, que "a margem sul é um deserto" e por isso seria "uma obra faraónica" fazer aí o futuro aeroporto de Lisboa.

"Na margem sul não há cidades, não há gente, não há hospitais, nem hotéis nem comércio", disse o governante, acrescentando que, de acordo com um estudo recente, "seria necessário deslocar milhões de pessoas" para essa zona para justificar a construção do novo aeroporto.

Segundo Mário Lino, fazer um aeroporto no Poceirão ou nas Faias seria o mesmo "que construir Brasília no Alto Alentejo".

O ministro acrescentou ainda que existem condicionantes ambientais na margem sul que nunca seriam aceites por Bruxelas e referiu o risco de colisão com aves e a existência de um grande aquífero naquela região — problemas encontrados quando foi feita a comparação entre a Ota e Rio Frio.

Fez questão de lembrar que representantes de várias associações ambientalistas estão também contra a construção do aeroporto a sul do Tejo.

Mário Lino não resistiu ontem a comparar a opção sul do Tejo a um doente aparentemente de boa saúde, mas "com um cancro nos pulmões".

Segundo o ministro, "existe apenas um sítio na margem sul que seria exequível por razões ambientais, mas fica a mais de cem quilómetros de Lisboa".

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