Palcos da semana

Os Mono renovam o seu pós-rock apocalíptico, o Algarve pede que se Dance Dance Dance e o MotelX abre portas ao terror, numa semana em que a Independência do Brasil entra em cena na mostra São Palco e nas pautas da Orquestra Filarmónica de Minas Gerais.

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Os japoneses Mono vêm apresentar o último álbum, Pilgrimage of the Soul Paulo Pimenta
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A Invenção do Nordeste inaugura a mostra São Palco Bruno Martins
Data: 17/10/2019
Local: Belo Horizonte, MG - Sala Minas Gerais
Foto: Eugenio Savio
Orquestra Filarmonica de Minas Gerais
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A Orquestra Filarmónica de Minas Gerais celebra a independência do Brasil em quatro concertos Eugênio Sávio
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Bodies Bodies Bodies é o filme de abertura do 16.º MotelX DR
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Vära, de Daniel Matos, é o primeiro espectáculo do Dance Dance Dance Bruno Simão

Mono em peregrinação sonora

Do pós-rock instrumental dos Mono já se disse que caminha de mãos dadas com o apocalipse. Ou que, ao vivo, são demolidores e até assustadores. Ou, como os próprios já assumiram: “quando a audiência encolhe, tornamo-nos mais violentos... tentamos matá-los com sons”.

Desde 2001, ano da estreia com Under the Pipal Tree, que o quarteto nipónico traz essa intensa e complexa manipulação sonora de emoções. Vinte anos e dez álbuns depois, lançaram Pilgrimage of the Soul, que motiva o seu regresso a solo luso. A londrina A. A. Williams vem com eles abrir os concertos.

São Palco à mostra, aqui do Nordeste

Um encenador procura o actor ideal para uma personagem nordestina. A busca não tarda a levantar dúvidas e dificuldades na definição dessa identidade. É nesta “desconstrução da imagem estereotipada” que se move a peça A Invenção do Nordeste, do Grupo Carmin. E é neste tom que abre a Mostra São Palco - Teatro Brasileiro em Portugal.

Começa em Coimbra, no dia em que o Brasil celebra a independência, e andará por outras seis cidades (Aveiro, Guimarães, Loulé, Porto, Santarém e Torres Vedras) a “articular várias narrativas sobre a história de Portugal e Brasil”, a pretexto desse “momento emblemático da descolonização (cultural)”, lê-se na nota de intenções.

A iniciativa do Teatrão, com curadoria de Jorge Louraço Figueira, estende-se até Dezembro e promete também conversas, conferências, oficinas e outras actividades (mais informações aqui).

De Minas, em festa

O bicentenário da independência do Brasil motiva aquela que é a primeira digressão em Portugal da Orquestra Filarmónica de Minas Gerais, uma instituição musical do país.

Regida pelo maestro Fabio Mechetti e acompanhada pelo pianista Jean-Louis Steuerman, vem tocar obras de compositores brasileiros e portugueses como Joly Braga Santos, Heitor Villa-Lobos ou Carlos Gomes. Serão quatro concertos: três em sala e um em modo mais popular e festivo, à beira da Torre de Belém, no dia exacto da comemoração.

Check-in aberto a demónios

Mais de cem filmes em exibição. Dario Argento, Aaron Moorhead e Justin Benson entre os convidados. Paulo Branco homenageado. Um livro pronto a ser lançado. E a secção Lobo Mau a espreitar os pequenos cinéfilos.

O MotelX volta a pôr o terror em cartaz, numa 16.ª edição em que, garantem os directores artísticos Pedro Souto e João Monteiro, “podemos finalmente afirmar que o grande destaque (...) é o cinema de terror português”.

No campo das estreias, sobressaem Os Demónios do Meu Avô de Nuno Beato, a Criança Lobo de Frederico Serra ou O Corpo Aberto de Ángeles Huerta. A aura de culto sente-se no Hotel da Noiva de Bernardo Cabral. E há espaço para o primeiro filme de terror feito por cá – Os Crimes de Diogo Alves de João Tavares –, num cineconcerto com música de Bernardo Sassetti.

Tudo isto depois do check-in com Bodies Bodies Bodies, o slasher de Halina Reijn que faz as honras de abertura do festival.

Dança a nu e selvagem

A dança contemporânea toma mais uma vez conta do Teatro das Figuras, seja a nu, com os sete corpos despidos em Vära, de Daniel Matos, quais peças de carne num talho, seja nos Cavalos Selvagens que Bruno Alexandre criou a partir do estudo dos Cadernos de Nijinsky. São, respectivamente, os espectáculos que abrem e fecham o festival Dance Dance Dance.

Entre eles, há Bate Fado de Jonas & Lander, Em Vez de Um Corpo de Sara Martins, Vislumbres do Além de Arianna Romano e David Bastos, Três Gritos do Grupo Impacto e, fora do palco, uma oficina de contacto e improvisação.

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