Lufthansa contrata cinco mil pessoas para resolver falhas face à recuperação do mercado

Companhia aérea alemã tem sido das mais afectadas pelo caos que se tem vindo a verificar no sector, com cancelamentos e greves pelo meio.

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Lufthansa voltou aos lucros com um resultado positivo de 259 milhões de euros no primeiro semestre Reuters/Kai Pfaffenbach

A Lufthansa anunciou esta quinta-feira que vai recrutar cinco mil trabalhadores até ao final do ano, de modo a conseguir responder à rápida recuperação do sector depois dos efeitos adversos da pandemia de covid-19.

Com os problemas resultantes das medidas de confinamento, aeroportos e companhias aéreas reduziram o número de trabalhadores, deparando-se agora com faltas de pessoal devido ao inesperado ritmo de recuperação deste Verão. Isso tem trazido vários problemas, com relatos de verdadeiros caos nos principais aeroportos e com as companhias aéreas a reduzir o número de bilhetes à venda e os aeroportos a reduzir o número de voos permitidos de modo a tentar diminuir o impacto negativo juntos dos passageiros.

De acordo com a Lufthansa, que voltou aos lucros com um resultado positivo de 259 milhões de euros no primeiro semestre deste ano (valor que compara com perdas de 756 milhões de euros em idêntico período de 2021), a esmagadora maioria das novas contratações serve para “adequar os níveis de pessoal nas operações à expansão no número de voos programados”.

A empresa destaca a necessidade pilotos e tripulantes de cabine para a Eurowings e para a Eurowings Discover, para as áreas da manutenção e de catering, bem como para pessoal de terra. Segundo a Lufthansa, no ano que vem deverão ser contratadas mais 5000 pessoas para o grupo.

A empresa já cortou 3100 voos que estavam programados para Julho, de modo a tentar resolver problemas com cancelamentos e conseguir prestar um serviço adequado. Na altura, a Lufthansa afirmou que estava a tentar recrutar trabalhadores “o mais rapidamente possível”. Outro problema surgido entretanto tem a ver com as relações com os trabalhadores que já estão na empresa, e que querem melhores condições.

Greves no ar

A falta de consenso com o sindicato Verdi levou a uma greve do pessoal de terra no passado dia 27 de Julho, com cerca de mil voos a serem afectados. Para esta quinta-feira estava prevista uma nova reunião entre as duas partes. Em paralelo, os pilotos da companhia aérea alemã também já ameaçaram este domingo com a realização de uma greve, caso não se chegue a um acordo para um aumento salarial, num contexto de inflação elevada.

Um sinal de que persistem disrupções no sector foi também dado pela British Airways (BA) na terça-feira, quando anunciou que ia prolongar a suspensão da venda dos bilhetes nos voos de curta duração (rotas domésticas e europeias, essencialmente) a partir de Heathrow até 15 de Agosto, uma semana a mais do que tinha anunciado apenas um dia antes, conforme noticiou o Financial Times.

O aeroporto de Heathrow, o maior do Reino Unido, foi um dos que colocou um limite máximo nos passageiros, de cem mil por dia (estavam planeados 104 mil), até 11 de Setembro, de modo a evitar situações de caos nos embarques e desembarques.

Em Portugal, a TAP também tem sido afectada e, conforme noticiou, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) e o Sindicato dos Quadros da Aviação Comercial (SQAC) lançaram, na segunda-feira, um pré-aviso de greve em todos os aeroportos nacionais geridos pela ANA – Aeroportos de Portugal, a decorrer entre os dias 19 e 21 de Agosto. Os trabalhadores exigem o levantamento da suspensão das contribuições para o fundo de pensões imposto pela Vinci, grupo que detém a ANA, bem como aumentos salariais e contratação de mais recursos humanos.

Em Espanha, a Ryanair tem enfrentado diversas greves dos tripulantes de cabine, que se mantêm, e a Easyjet prepara-se para nove dias de greve dos seus pilotos neste país em Agosto.

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