Varíola-dos-macacos: casos confirmados em Portugal sobem para 138

Portugal soma mais 19 casos confirmados de varíola-dos-macacos, contribuindo para os quase 750 infectados já registados em países não endémicos. Reino Unido confirma transmissão comunitária.

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Península Ibérica regista quase metade dos casos confirmados em países onde o vírus não é endémico CDC

Portugal atingiu esta quinta-feira os 138 casos confirmados de varíola-dos-macacos (também conhecida como vírus monkeypox, ou VMPX). São mais 19 casos confirmados, sendo que a maioria dos infectados continua localizada na região de Lisboa e Vale do Tejo, apesar de também existirem casos pontuais no Norte e no Algarve.

Os casos identificados encontram-se estáveis e a receber acompanhamento clínico, de acordo com a Direcção-Geral da Saúde (DGS). Todos os infectados são homens, a maioria abaixo dos 40 anos. Ainda assim, isto não significa que o vírus só afecta homens, existindo já vários casos de mulheres infectadas em Espanha, Estados Unidos, República Checa ou Suíça, por exemplo.

Quando estão confirmados quase 750 casos em países não-endémicos, Portugal continua a ser o país com mais infectados por milhão de habitantes. Os 138 casos juntam-se aos 142 de Espanha, fazendo com que a Península Ibérica some quase metade de todos os casos confirmados nos actuais surtos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou esta quarta-feira que os surtos registados sugerem que a transmissão está a ocorrer há algum tempo: “O aparecimento repentino do VMPX em diferentes países ao mesmo tempo sugere que a transmissão [do vírus] não foi detectada por algum tempo”, disse o director-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O director-geral da OMS incentivou os países com casos registados a expandir a vigilância da doença e o rastreio de contactos, alertando que qualquer pessoa pode ser infectada com o vírus devido ao contacto próximo com um doente.

O VMPX em circulação pertence à variante menos agressiva e, portanto, também menos letal, não se registando quaisquer mortes associadas à doença até esta quinta-feira. A transmissão por gotículas (como tosse ou espirros) e por contacto físico próximo (como suor ou relações sexuais) são os principais veículos de contágio. Também o contacto com objectos, vestuário ou superfícies em que tocaram as lesões provocadas pela varíola-dos-macacos (erupções cutâneas ou “vesículas") são potenciais focos de infecção.

A DGS recomenda que, numa situação de suspeita de infecção ou em caso de sintomas, deve ser contactado o SNS24 [808 24 24 24] para a situação possa ser referenciada nos serviços de saúde e indicado o serviço de urgência ou uma consulta médica para observação.

Reino Unido confirma transmissão comunitária

Os primeiros casos foram confirmados há quase um mês, a 7 de Maio no Reino Unido. Esta quarta-feira, a autoridade de saúde britânica confirmou que existe transmissão comunitária no Reino Unido, com contágio de pessoa para pessoa. O Reino Unido ultrapassou esta quinta-feira os 200 casos confirmados nas suas fronteiras.

“O actual surto representa a primeira vez que este vírus passou de pessoa para pessoa e onde não foram identificadas viagens ou conexões com países endémicos”, escreveu em comunicado a Agência de Saúde do Reino Unido (UKHSA, na sigla em inglês).

De acordo com o UKHSA, dois dos 190 casos foram registados em mulheres. Ainda não existe um “factor único ou exposição que relacione todos os casos”. Os locais onde foram estabelecidas relações entre casos confirmados pela autoridade britânica foram bares e saunas. Ainda assim, pouco mais de metade dos casos foram identificados como homens que têm sexo com outros homens.

Qualquer pessoa pode ser infectada em situações de contacto próximo. As autoridades de saúde alertam para o aparecimento de lesões ulcerativas, erupção cutânea ou gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, dores de cabeça, dores musculares e cansaço. Em caso de sintomas, deve ser procurado aconselhamento clínico.

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