Varíola-dos-macacos: Portugal é o país com mais casos por milhão de habitantes

Portugal tem o maior número de casos confirmados por milhão de habitantes e quase quatro vezes mais (por milhão de habitantes) que o segundo país, a Espanha. A Direcção-Geral da Saúde já registou 74 pessoas infectadas em pouco mais de uma semana.

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A DGS estuda agora a potencial estratégia de vacinação a aplicar Daniel Rocha

Portugal é o país com mais casos confirmados de varíola-dos-macacos (também conhecida como vírus monkeypox, ou VMPX) por milhão de habitantes. Mas não só. Temos também quase quatro vezes mais pessoas infectadas do que a Espanha, que em valores absolutos tem mais casos (98) mas é o segundo país nesta lista de um cálculo por milhão de habitantes.

Com os 74 casos comunicados esta sexta-feira pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), Portugal soma 7,28 casos confirmados por milhão de habitantes, enquanto a Espanha se fica pelos 2,1. Apesar dos surtos registados por mais de 20 países em todo o mundo – e com 370 casos confirmados , apenas Portugal, Espanha e Reino Unido (1,55) ultrapassam a marca de um caso por milhão de habitante.

Estes são os países que ocupam o pódio dos casos confirmados desde que foram anunciados casos em Portugal e Espanha, no dia 18 e 19 de Maio respectivamente. O Reino Unido foi o primeiro a ultrapassar a marca dos 100 casos, confirmando 106 casos no seu território esta sexta-feira. Os britânicos registam quase um terço dos casos – sendo que foram também o primeiro a sinalizar uma pessoa infectada, no início do mês de Maio.

A União Europeia conta, no entanto, com 60% de todos os casos confirmados, levantando alguns alertas – principalmente na Península Ibérica. Entre Portugal e Espanha somam-se 172 casos, quase metade dos 370 que tinham sido confirmados esta sexta-feira.

Esta diferença é significativa, quando Portugal soma o seu maior aumento diário de casos de VMPX (16). Este indicador foi medido a partir das estimativas populacionais da Organização das Nações Unidas e dos casos confirmados pelas autoridades de saúde locais.

Apesar do crescimento acentuado de casos confirmados em pouco mais de uma semana, as recomendações mantêm-se: isolamento físico e acompanhamento clínico. A hipótese de vacinação está em cima da mesa e ainda está a ser estudada pela Comissão Técnica de Vacinação da DGS. Esta semana, Margarida Tavares, porta-voz da DGS para este surto, reafirmou a possibilidade de avançar com a vacinação para profissionais de saúde e pessoas imunocomprometidas.

Portugal não irá comprar directamente vacinas de terceira geração, nem usar as vacinas contra a varíola que existem nas reservas nacionais. A compra será concertada e conjunta com os países-membros da União Europeia.

É, no entanto, a primeira vez que o VMPX regista casos fora de países endémicos sem que todos os casos tenham histórico de viagens a esses países ou contacto com animais importados. Outros dois países anunciaram esta sexta-feira casos pela primeira vez: Argentina e Finlândia. No caso argentino, trata-se de uma pessoa que esteve em Espanha entre 28 de Abril e 16 de Maio. Já no caso finlandês, apenas se sabe que viajou de outro país europeu. Ambos os casos encontram-se estáveis.

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