7 dias, 7 fugas: viagens às origens, com migas, laranjas e urtigas

São João da Madeira faz pão com urtigas, a Figueira da Foz viaja às origens, Vila Viçosa senta-se à mesa com migas e Portimão entra na Semana da Laranja. Em Lisboa, mostram-se o enxoval d’As Bravas, os letreiros de Brilha Rio e um Oceanário com descontos.

,Fundação Calouste Gulbenkian
Fotogaleria
As Bravas fotografadas por Paulo Pimenta mostram-se em Lisboa Paulo Pimenta
gastronomia,fugas,cinema,algarve,alentejo,lisboa,
Fotogaleria
São João da Madeira convida a fazer pão de urtigas na Casa do Forno do Parque do Rio Ul DR
gastronomia,fugas,cinema,algarve,alentejo,lisboa,
Fotogaleria
Praia de Quiaios na Figueira da Foz Nelson Garrido/Arquivo
,Primeira Liga
Fotogaleria
Oceanário de Lisboa com tanque cheio e preços pela metade Pedro Pina
gastronomia,fugas,cinema,algarve,alentejo,lisboa,
Fotogaleria
Semana da Laranja em Portimão DR
gastronomia,fugas,cinema,algarve,alentejo,lisboa,
Fotogaleria
Brilha Rio à vista em Marvila (Lisboa) DR

Sábado, 5: São João da Madeira manda o pão às urtigas

Das valências a picar e irritar a pele dos incautos às propriedades vitamínicas quando utilizada em chá ou como fertilizante para a terra, a urtiga tem um mundo para conquistar no que à gastronomia diz respeito. Usada em sopas, arrozes, sumos ou infusões, a planta serve também para confeccionar pão. É neste campo que se concentra a oficina que tem lugar na Casa do Forno do Parque do Rio Ul, em São João da Madeira, este sábado, das 15h30 às 17h. Integrada no Ciclo do Pão, que a autarquia promove para manter na memória colectiva tradições como a desfolhada, a malhagem, a moagem ou a confecção do pão, a oficina de produção de Pão de Urtigas convida os participantes a meter a mão na massa à moda antiga, com direito a degustação do produto final. A entrada é livre, mas sujeita a inscrição aqui.

Domingo, 6: Figueira nas origens

“Dar a conhecer, de um modo mais abrangente e apelativo, curiosidades, pormenores e a história da Figueira da Foz através dos tempos, num equilíbrio entre os primórdios e a actualidade”. É com esta nota de intenções que a tela do Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz exibe Claridade, Uma Viagem nas Origens, documentário assinado pelo escritor (e conterrâneo) Gonçalo Cadilhe, que também marca presença no auditório. Aos cenários enquadrados pelo olhar “especial” de um figueirense, juntam-se as paisagens que servem de trilha sonora ao filme, onde se inclui a Canção da Figueira, imortalizada por Maria Clara, e aqui servida na versão do pianista Júlio Resende. Domingo, às 16h, com entrada gratuita (sujeita a levantamento prévio do bilhete).

Segunda, 7: Vila Viçosa e as suas migas

Entre 7 e 13 de Fevereiro, quem tem pão é rei. Pelo menos para os lados de Vila Viçosa. É por lá que se serve o festival gastronómico Vila Viçosa à Mesa, que nesta semana é dedicado às migas alentejanas. Um dos pratos emblemáticos da cozinha tradicional, que tal como outros manjares da região tem no pão o ingrediente-chave, as migas enchem as ementas de uma dezena de restaurantes, entre versões com espargos, coentros, brócolos, favas, tomate, codorniz, bacalhau e marisco. Na lista de condutos há carne frita, assada e grelhada, como secretos, abanicos, entrecosto, lombinhos, bochechas, cachaço ou costeletas de porco. O festival prossegue em Abril, entre os dias 11 e 17, com o borrego como cabeça de cartaz.

Terça, 8: o enxoval d’As Bravas chega a Lisboa

No átrio da Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, podem ver-se As Bravas. Com a igualdade de género como pano de fundo, a exposição reúne imagens de Paulo Pimenta, fotojornalista do PÚBLICO, captadas no âmbito do projecto Enxoval – Tempo e Espaço de Resistência, promovido pela Associação Social e Cultural Pele. É desta estrutura artística portuense que vêm as honras de apresentação da mostra: “Nas montanhas do Marão (re)encontramos as nossas ancestrais, mulheres que lutam e resistem. (...) Guardiãs de pés descalços e de lembranças de tempos duros, de histórias e cantigas do passado mas com o futuro no olhar”. É a estas mulheres bravas, “figuras mitológicas vivas” do campo e da cidade, que a exposição pede o nome emprestado para passar a palavra e o manifesto deste enxoval. Pode ser vista de segunda a sexta, entre as 10h e as 18h, até 25 de Abril, com entrada livre.

Quarta, 9: Oceanário de tanque cheio e preços pela metade

Durante o mês de Fevereiro, o Oceanário de Lisboa convida a mergulhar no seu mundo e a conhecer as maravilhas da “vivíssima” exposição permanente – de que fazem parte “8000 criaturas marinhas e 7 milhões de litros de água salgada” – e das mostras temporárias Florestas Submersas de Takashi Amano e One – O Mar Como Nunca o Sentiu, com descontos na viagem. No mês mais pequeno do ano, de segunda a sexta, entre as 17h e as 19h, a visita custa metade do preço habitual, com entradas a valer 6,50€ (dos 3 aos 12 anos), 7,50€ (seniores) e 9,50€ (dos 13 aos 64 anos).

Quinta, 10: Portimão com sabor laranja

Em Portimão, o Mercado da Avenida S. João de Deus volta a montar a banca com o fruto da época: a laranja do Algarve. Com 14 edições no saco, a Semana da Laranja decorre entre 8 e 12 de Fevereiro e põe na montra o “saboroso e saudável citrino” a preços especiais, garante a organização, sob o lema Laranja algarvia - não há fruta mais sadia. A cesta não se enche só no local: a par do mercado, e no âmbito da promoção do fruto e dos benefícios associados ao seu consumo, são dinamizados momentos culinários online, via Facebook, com sugestões de ementas, receitas e showcookings fotográficos com o carimbo da Escola de Hotelaria e Turismo de Portimão. Uma forma de abrir o apetite para outro evento-emblema da região: a Mostra Silves Capital da Laranja, agendada para os próximos dias 18 a 20 de Fevereiro.

Sexta, 11: Marvila com Brilha Rio à vista

Néons, tabuletas de vidro ou de plástico, caixas de luz, portas corta-vento, letras em metal. No parque de estacionamento do Prata Riverside Village, em Marvila (Lisboa), está instalada uma “autêntica viagem no tempo”, cortesia da exposição Brilha Rio, que ali concentra letreiros comerciais do século passado. Patente até 5 de Março, “rouba” o título a uma das 70 peças expostas, recolhidas das fachadas de edifícios no âmbito do projecto Letreiro Galeria, com o objectivo de salvaguardar estas memórias gráficas colectivas que se colam à história da cidade. Num percurso organizado por tipos de comércio, podem ver-se letreiros de cabeleireiros, sapatarias, vestuário, restauração, automóveis, oculistas e hotelaria, resgatados na área de Lisboa, mas também vindos de cidades como o Porto, Almada, Vila Franca de Xira ou Silves. Pode ser visitada de sexta a domingo, entre as 15h e as 20h, com entrada livre.

Sugerir correcção
Comentar