A empresa de biotecnologia Limm Therapeutics vai receber 12,5 milhões de euros do Conselho Europeu de Inovação (EIC, na sigla em inglês). Co-fundada pelo cientista Henrique Veiga Fernandes, esta empresa terá este financiamento para desenvolver medicamentos de imunoterapia baseados na investigação deste cientista da Fundação Champalimaud.

Sediada em França, a Limm Therapeutics tem a sua estrutura científica baseada no Centro Champalimaud, em Lisboa. Aqui, trabalham em colaboração equipas médicas, biofarmacêuticas e de investigação fundamental. Aliás, em 2018, estudos de Henrique Veiga Fernandes, que é director do Programa Champalimaud de Cancro, levaram mesmo à criação da empresa, explica-se num comunicado da Fundação Champalimaud, que anunciou o financiamento de mais de 12 milhões de euros.

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A empresa tem como objectivo o desenvolvimento de um conjunto de agentes terapêuticos para o cancro, doenças inflamatórias e metabólicas. David Braga Malta, co-fundador da empresa, explica no comunicado, que “a resposta do sistema imunitário ao dano de órgãos e tecidos pode provocar inflamação, levando a consequências prejudiciais para o doente”. “O trabalho desenvolvido pelo Henrique dá fortes indícios de que, ao agir sobre as células imunitárias, chamadas de ‘linfócitos inatos tipo 2’, podemos eliminar esses efeitos negativos e, por contraponto, promover uma acção protectora, anti-inflamatória e resposta imunológica pró-regenerativa.”

No comunicado, acrescenta-se que a equipa identificou várias opções de medicamentos com potencial para controlar os efeitos da resposta imunitária às lesões.

“A Limm Therapeutics é um claro exemplo do impacto económico e social que descobertas de vanguarda podem ter na sociedade portuguesa”, diz por sua vez Henrique Veiga Fernandes, que é responsável científico da empresa. “Partindo da ciência fundamental inovadora, a Limm construiu uma equipa farmacêutica que tem trabalhado directamente com os médicos da Fundação Champalimaud. Este ecossistema inovador, onde cientistas e clínicos interagem continuamente, é a chave para uma transformação rápida e eficiente das ideias científicas em abordagens terapêuticas.”

Agora, espera-se que o financiamento do EIC permita fazer progressos no processo de transferência dos resultados da investigação para a prática clínica. “Nos testes pré-clínicos que realizámos em modelos animais, obtivemos uma elevada taxa de sucesso na reversão da lesão e inflamação renal aguda, uma condição mortal que, actualmente, não tem tratamento”, refere David Braga Malta. “Este financiamento irá apoiar o desenvolvimento de estudos de segurança em animais, bem como estudos clínicos, de fase um e dois, em doença renal em humanos.”